quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Entenda o Motivo dos Alinhamentos nas Posturas de Yoga - Iyengar Yoga

Quando se fala em Iyengar Yoga e seus alinhamentos nas posturas, a primeira coisa que vem à cabeça é um alinhamento do corpo físico a fim de equilibrar e proteger articulações, músculos, órgãos, vasos e tecidos, o que não deixa de ser verdade. 

Porém existe um aspecto muito mais sutil por detrás disso. De acordo com textos e mestres de Yoga, nós somos formados por "camadas de corpos" (chamados koshas), que são divididos didaticamente, mas o corpo é um só.

O corpo mais denso é chamado de Anamayakosha, que é nosso corpo físico. Nele os alinhamentos citados acima se encaixam. É onde podemos atuar, já que temos fácil acesso a ele. Depois temos Pranamayakosha, o corpo energético (prana) e Manomayakosha (corpo mental), existem outros mas vamos falar sobre estes 3, que são mais fáceis de entender pois são conceitos mais próximos à nossa realidade.

Como dito acima, esta divisão é apenas didática, o corpo não tem separação física desdes koshas, então, o que acontece em um, reflete diretamente nos outros. E é aqui que os alinhamentos ficam com um outro nível de profundidade.

O mais denso e acessível é o corpo físico (Anamayakosha) e é onde podemos atuar mais diretamente. Os alinhamentos de Iyengar Yoga então vão proporcionar um alinhamento do corpo, proporcionando então um fluxo energético melhor, sem obstruções, e assim a minha mente também se estabiliza. O inverso também ocorre, se minha mente está muito inquieta, minha energia não está fluindo bem e isso afeta também o meu corpo. Um exemplo simples para percebermos isso é ter um dia muito agitado e cheio de compromissos e problemas e realizar uma postura de equilíbrio, fica muito difícil alinhar o corpo com a mente inquieta.

Corpo alinhado, energia flui naturalmente (respiração fica tranquila, sem obstruções) e a mente se aquieta.

Além disso, a "preocupação" em alinhar o corpo durante a prática, faz com que o seu foco nela seja maior, não dá tempo de dispersar se eu preciso pensar em manter minhas patelas para cima, osso púbico para cima, ombros girando para trás, cotovelos estendidos, etc... e assim sua prática vai se tornando cada vez mais introspectiva.


Juliana Romera

sábado, 30 de julho de 2016

Porque as pessoas que se concentram em melhorarem si mesmas tem melhores relacionamentos

“Não há nada de nobre em ser superior a seu companheiro; 
a verdadeira nobreza está em ser superior ao seu antigo eu.” 
Ernest Hemingway

Como diz Hemingway, o desenvolvimento pessoal é uma causa nobre. Ele pode nos ajudar a aprender sobre quem somos, e isso pode fazer com que nos esforcemos para sermos pessoas melhores no futuro. Muito do que somos é determinado pela forma como interagimos com os outros. Quando procuramos melhorar a nós mesmos, nós também podemos melhorar as nossas relações com os outros.


1. A maneira como você vê a si mesmo afeta como os outros o veem
A maneira como você vê a si mesmo afeta como os outros veem você. Se você tem uma boa autoimagem, os outros têm mais probabilidade de se relacionarem com você de uma forma positiva. Ao buscar melhorar a si mesmo, você pode querer construir a sua autoestima. Se você se sente confiante, irradia. Quando as pessoas veem uma pessoa composta e autoconfiante, têm mais chances de serem afetadas de uma forma positiva. Elas também podem adotar o seu sentimento bom, e isso pode resultar em um relacionamento mais otimista e construtivo.


2. Visar estabilidade interior faz de você um amigo mais atraente e parceiro

Pessoas que irradiam estabilidade interior são muitas vezes amadas e admiradas por outros ao seu redor. Se você sente às vezes que é internamente instável, pode querer tentar fortalecer seu núcleo interno. Você pode fazer isso tirando um tempo durante o dia para autorreflexão. Ao olhar profundamente para dentro de si e examinar quem você realmente é, pode aprender a encontrar o que te acalma e o que te anima. Ao alcançar seu “eu” mais calmo, você pode conseguir mais estabilidade interior.


3. As pessoas gostam de estar perto de quem se gosta e se aceita
Só depois de aceitar quem você é, você pode crescer. Se você está lutando continuamente contra si mesmo, não tem a energia emocional necessária para melhorar a si mesmo. Se você deseja se relacionar melhor com as pessoas, então pode querer começar aceitando a si mesmo.


4. Nós atraímos quem somos
Se você estiver em uma trajetória pessoal que te move para cima, então provavelmente encontrará um amigo ou parceiro que está também tentando melhorar suas circunstâncias. Pessoas afins se atraem.


5. Inclinar-se mais a si mesmo em vez de sob o seu parceiro torna o relacionamento melhor

Se você está em um relacionamento, manter um senso de independência saudável vai ajudar a tornar o relacionamento forte.


6. Quando você melhora a si mesmo, minimiza a auto sabotagem

Quando você busca melhorar quem você é, se priva de auto sabotagem. Concentrar-se em suas boas qualidades e se esforçar para melhorar e proteger esses atributos não só irá ajudá-lo a se tornar uma pessoa melhor, também irá impedi-lo de prejudicar a si mesmo. Quando você para de sabotar quem é, tem relacionamentos mais longos e significativos.

A nobre tarefa do desenvolvimento pessoal não vai ser boa apenas para você, mas também para aqueles que o rodeiam. Se você trabalha para melhorar a si mesmo, então vai encontrar-se em relações mais significativas e fortes.



Retirado em 30/07/16 de https://osegredo.com.br/2016/07/porque-as-pessoas-que-se-concentram-em-melhorarem-si-mesmas-tem-melhores-relacionamentos/

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Se Relacione Verdadeiramente

Se relacionar não é fácil, pois complicamos. 
Se relacionar é fácil, se quem se relacionar for você mesmo, e não um personagem.

Quando conhecemos uma pessoa esse relacionamento envolve 6 pessoas (isso mesmo, 6 personalidades diferentes), cada pessoa vira 3: quem ela é, quem ela finge ser para agradar ao outro, moldando-se conforme as necessidades, gostos e aceitação da outra pessoa e uma terceira pessoa que é a imagem que o outro faz dela. 

Como isso pode dar certo? Não dá... decepções, frustrações e sofrimentos são certeiros.

Então o relacionamento começa, cada um com suas máscaras, e com o tempo elas vão caindo e a pessoa começa a se revelar como ela realmente é, então aquela máscara que eu criei da pessoa, aquela pessoa perfeita para mim, cai... e aí eu digo que a pessoa me decepcionou.

Todos temos necessidades, e nosso erro é achar que a pessoa irá resolver essa minha necessidade e assim serei feliz, e dentro dessa ilusão eu crio uma pessoa perfeita, com os aspectos que eu preciso/gostaria, e mesmo que a pessoa não tenha isso, eu imagino ter ou imagino que vou mudá-la até ela ter. No futuro isso gera frustrações, frustrações essas criadas por você mesmo ao imaginar uma pessoa que não existe na pessoa que você está se relacionando.

Como fazer um relacionamento ter sucesso?
Seja você mesmo, não crie uma máscara para agradar o outro, e enxergue o outro como ele realmente é, não crie uma máscara do que você gostaria que a pessoa fosse. Com isso você elimina 2 "pessoas" do relacionamento, e você sendo verdadeiro, a chance da outra pessoa perceber isso e fazer o mesmo é grande, e mais 2 "pessoas" se vão!

Um relacionamento deve ser baseado em verdade e liberdade, ter a liberdade de ser quem você verdadeiramente é não tem preço. 

A sua felicidade depende de você, não espere que coisas e pessoas sejam a causa desta felicidade plena, pois isto não é possível. 


Juliana Romera
www.yoganoabc.com




domingo, 17 de julho de 2016

Praticar Vedanta- Parte 2: Quatro maneiras de encontrar sua verdade

O que 4.000 anos nos ensinou sobre ser feliz

Por Bindu Anand

Nós não somos este corpo. Nós não somos mesmo nossos pensamentos.

Como nós explicado na Parte I , a identificação com o nosso corpo, nossos pensamentos e tudo "lá fora" no mundo nos deixa infelizes. É somente quando chegarmos além da nossa pequena concepção de nós mesmos, do "eu", que estamos felizes. Temos de eliminar a poeira do espelho, por assim dizer, por isso, ver o mundo de forma clara e poder, então, ser feliz.

Bem, como é que vamos remover esta "poeira" do espelho - o véu da ignorância, da ilusão - muitas vezes chamado de "maya"?

Uma resposta vem de Patanjali. Em seu Yoga Sutras, ele escreve, "Yogas-Chitti-vritti-nirodha", que significa,"Yoga é restringir a mente de tomar várias formas." Dito de outra forma por Swami Vivekananda : "Yoga é a cessação do pensamento ondas na mente ".

O que nos impede de ver a verdade ou a realidade é o fluxo contínuo de pensamentos em nossa mente. Identificado com esses pensamentos, na maioria das vezes habitual e inconsciente, nossas mentes nunca tem um momento de descanso.

O objetivo é silenciar esses pensamentos. Uma vez que fazemos isso, a divindade dentro de nós vai brilhar. Quando um lago é perturbado, não podemos ver abaixo da água. Da mesma forma, precisamos aquietar nossos pensamentos.

Vedanta tem três textos importantes: os Upanishads, os Brahma Sutras e o Bhagavad Gita. O Bhagavad Gita é o mais popular e, na minha opinião, o mais prático. Quatro caminhos principais, ou iogas, são ensinados pelo divino Sri Krishna a Arjuna, um ser humano no meio de um campo de batalha. O campo de batalha de Arjuna simboliza o nosso próprio campo de batalha - o nosso conflitos diários e tribulações. Esses caminhos elucidar as três filosofias (não-dualismo, não-dualismo e dualismo qualificado) que nós falamos anteriormente. Você é livre para misturar e combinar, personalizá-los de acordo com seu temperamento e inclinações. Eles não são ajustados na pedra, mas são flexíveis para que eles permanecer relevante como a pessoa muda e cresce. À medida que você crescer e avançar em sua jornada espiritual, você pode encontrar-se colocar mais ênfase em um ou outro.

Para entrar em detalhes sobre os quatro caminhos vai exigir muito mais tempo, mas em breve eles são:
1) Bhakti Yoga - o caminho da devoção
Muitos de nós começar por aqui, como seres humanos, como devotos olhando para cima a uma entidade maior que podemos chamar de Deus. Esse Deus é um Deus pessoal - saguna -com um nome, forma e atributos. Cristo, Buda, Rama e Krishna são formas de o Deus pessoal. Isso se relaciona com a filosofia dualista que falamos anteriormente. Oração, adoração, ritual, mantra (expressão vocal sagrada, som, palavras ou sílabas acredita ter o poder espiritual) e japa (repetição meditativa de um mantra ou nome do poder divino) são as técnicas utilizadas na maioria das vezes no caminho da devoção.


2) Yoga Karma - O caminho do agir sem esperar resultados
Todos nós nos entramos no barco tentando ganhar a vida, sobreviver, trabalhando mesmo. Karma Yoga nos instrui a fazer tudo da mesma maneira que você está fazendo hoje, não há necessidade de mudar suas ações. Mas você precisa mudar sua atitude, o seu propósito na execução das ações. Se você é um devoto, oferecer seu trabalho para Deus. Pensar em Deus como o executor, e você mesmo como seu instrumento, oferecendo todos os resultados para Ele. Se você não é um devoto, fazer o seu trabalho por causa do trabalho, separado do ego e sem pensar nos resultados. Fazê-lo da melhor maneira possível, dar tudo de si, mas deixe os resultados fora do quadro. É semelhante à filosofia de "viver no agora." Vivendo desta forma gera maior concentração e eficiência, o que produz melhores resultados. Mais importante, ele evita que você o tumulto emocional de altos e baixos. Ego-motivado ação resulta em felicidade passageira e dores intermináveis; ação desprendida purifica a mente e termina o ciclo de nascimento e morte.


3) Jñana Yoga - O Caminho do Conhecimento
Este yoga ensina você a usar o seu intelecto e raciocínio para discriminar entre o real e o irreal, entre o que muda e o que é permanente. Você precisa agir como uma testemunha dos eventos em sua vida, como observador, não ficar emocionalmente emaranhados ou identificar-se com o irreal, o corpo, a mente, o mundo. Isso não significa que você precisa para se abster de ação, mas a ação precisa ser executada com distanciamento para que você progrida em seu caminho espiritual. O grande professor, Shankaracharya, era um proponente desta filosofia. Além disso, Sri Ramakrishna disse que o budismo foi Jñana Yoga. 

4) Raja Yoga - o caminho da meditação
Este é o caminho da meditação, de mergulhar profundamente dentro da mente e usá-lo para chegar a estados transcendentais. Os Yoga Sutras de Patanjali são o seu texto principal. Como Swami Vivekananda coloca, a meditação é "a maior ajuda para a vida espiritual", especialmente quando se torna "como um fluxo contínuo de óleo." É importante lembrar de não apenas meditar em um determinado momento durante o dia, mas para viver de uma maneira que irá resultar em uma mente quieta, meditativo durante todo o dia. Muitas técnicas de meditação são ministradas por várias religiões. Você só precisa encontrar um que lhe convier.

Este ensaio foi publicado pela primeira vez pela Ramakrishna Vedanta Association of Thailand . Reproduzido com permissão.

Retirado de http://vedantin.org/practicing-vedanta-part-2-four-ways-to-find-your-true-self em 17/07/2016.
Traduzido por Juliana Romera

Praticar Vedanta - Parte 1: Você não é seu corpo ou sua mente

O que 4.000 anos nos ensinou sobre ser feliz

Por Bindu Anand

Se eu fosse perguntar o que você quer mais, eu garanto que você teria esta resposta: Você quer a felicidade.

Felicidade pode se traduzir em coisas diferentes dependendo de seus gostos, aversões e situação na vida. Isso pode significar que querem um carro novo, viajar, ter filhos, ter boa saúde, etc. Estes podem mudar a cada minuto do dia potencialmente.

Por exemplo, digamos que você queria um carro muito caro por anos, e depois de muita poupança você é capaz de comprá-lo. Naquele momento, talvez mesmo por um par de dias, você vai experimentar a alegria e satisfação. Você acha que isso é o resultado de comprar o carro.

Mas o que acontece? Logo que a alegria do carro desapareceu, e agora você quer uma casa nova.

Este ciclo continua indefinidamente, com a gente saltando de uma falta para outra. Praticamente toda a sua vida é gasta em procurar essa alegria indescritível que você acha que pode começar a partir de algo ou alguém fora de você. Você mantém acumulando coisas- carros, casas- mas esse anseio, esse sentimento de faltar algo, permanece.

Vedanta diz que é este desejo que é a raiz de todos os problemas. É esse desejo que dá origem a este corpo, seus gostos e desgostos, seus apegos e aversões. Até somos capazes de cortar as amarras do desejo, estamos presos neste ciclo perpétuo de nascimento e morte. Se você acredita em reencarnação, então você está em uma armadilha com esses desejos de uma vida para a próxima. Se você não acredita em reencarnação, você ainda me pergunta se é assim que toda a sua vida vai ser de baixa após essa alegria indescritível, passando por esses altos e baixos infinitos.

Assim, há uma saída? Vedanta diz que sim! Você pode quebrar a cadeia nesta mesma vida. Você não tem que esperar até depois da morte e ir para o céu para se livrar de seus problemas. Você pode viver no céu aqui e agora.

Você pode ser um hindu, um cristão, um budista ou um muçulmano. Você pode acreditar em um Deus com a forma como o Buda ou Jesus, ou em um Deus com atributos de bondade e compaixão, ou você pode acreditar em Deus em tudo. Você pode apenas querer fazer o bem para a humanidade. Isso não é um problema. Vedanta abraça todos estes conceitos e fornece um caminho que pode ser personalizado de acordo com sua formação e inclinações.

A palavra "Vedanta" vem da raiz, "Veda", e o sufixo "anta." A palavra significa o fim ou o culminar dos Vedas. Em outras palavras, Vedanta é a própria essência dos Vedas. Os Vedas são as mais antigas escrituras do hinduísmo, e é suposto ter sido diretamente revelado aos sábios e rishis de épocas anteriores. Crença básica de Vedanta é que cada alma é potencialmente divina, e que o propósito da vida é manifestar essa divindade. Diz que a felicidade duradoura só pode ser experimentada quando temos experiência direta da divindade, a divindade que é a nossa verdadeira natureza.

Se eu fosse para lhe perguntar quem você é, você poderia me dizer o seu nome, profissão, local de origem, etc. Mas se tivéssemos que cavar um pouco mais, se eu fosse para tirar o seu nome, profissão e local de origem -o que seria deixada? Para responder a esta pergunta, precisamos descobrir o que "eu" realmente significa.

Se você disser: "Eu sou o corpo", o corpo está mudando a cada minuto. Ele foi originalmente um bebê, em seguida, tornou-se um jovem adulto, e agora pode ser um homem mais velho ou mulher. Mas o "eu" foi o fio contínuo que liga estes corpos diferentes. Se você disser: "Eu sou a mente," a mente não é senão um conjunto de pensamentos, mudando de minuto a minuto e de segundo a segundo. O "eu" não pode ser algo que está mudando o tempo todo.

Esta distinção é fundamental na compreensão de como podemos alcançar a felicidade real.

Vedanta nos pede para distinguir entre o que é real e o que é irreal. "Real" significa permanente e imutável; "Irreal" significa impermanente e sujeita a alterações. Vedanta nos pede para segurar o que é permanente e imutável. É aí que vamos encontrar a felicidade duradoura. Vedanta postula um ser imutável e permanente que ele chama de "Sat-Chit-Ananda" -Existência, consciência e bem-aventurança. Este é o "eu" em nós que não muda, que permanece o mesmo através de nascimento, infância, idade adulta, velhice e morte. É o "eu sou" sem isso ou aquilo. É o "eu" que permanece quando todas as condicionantes de nome, forma e atributos foram levados.

Nós experimentamos a tristeza e sofrimento quando não conseguimos identificar com esta permanente e imutável "EU" e em vez disso pensar em nós mesmos como o corpo e a mente. Quando nos identificamos com nome e forma (nama-rupa), o conceito de "eu e meu" surge, e com ele a sensação de separação e diversidade, de mim e de você. Mas quando nos agarrarmos ao que é real, o divino, o "Eu sou", experimentamos a unidade, a alegria.

Vedanta usa o termo Brahman como um nome para este Sat-Chit-Ananda que permeia o universo, afirmando que o universo tem de fato a manifestação de Brahman, em vez de sua criação. Na mais alta filosofia de advaita (não dualismo), cada um de nós é Brahman (chamada Atman quando envolto em um corpo). Nós não somos o nome e forma, mas a essência; e quando percebemos que a essência, que na verdade não são diferentes de Brahman. Isto é expresso através de duas mahavakyas, ou "grandes declarações" no Vedas: Tat Tvam Asi ( "Tu és Isso") e Aham Brahmasmi ( "Eu sou Brahman").

Meister Eckhart , um místico cristão alemão, escreveu a respeito de Deus e da Divindade. A Divindade é a divindade não manifestada, e Deus é a sua manifestação. Da mesma forma, Buda falou de "vazio", e o Dao De Jing, um antigo texto Taoísta, falou da Fonte Divina e seu poder. Em tudo isso, a mensagem é que devemos retornar à Essência e agir neste mundo como um instrumento do Uno.

Em Escritas selecionadas de Meister Eckhart, publicado pela Penguin Books, há uma passagem maravilhosa que fala muito bem sobre esta Unidade:

"Contanto que eu sou isto ou aquilo, ou ter isto ou aquilo, eu não sou todas as coisas e não tenho nem todas as coisas. Torne-se pura, até que você também não são nem ter, seja este ou aquele. Então você é onipresente, e não sendo nem este ou aquele, você são todas as coisas. "

Infelizmente, a maioria de nós não estamos sintonizados e puro o suficiente para perceber isso. Podemos intelectualmente compreender estas verdades, mas somos incapazes de viver nelas. Para nós, Vedanta diz que pode ser mais fácil acreditar tanto que somos uma parte de Deus, que é Vishishtadvaita (não-dualismo qualificado), ou que são devotos de um Deus que é concebido como separado de nós-Dvaita (dualismo) .

Quando nos identificamos com nome, forma e atributos, o "eu" funciona como o ego. O ego não tem existência independente da sua própria, mas é dito ser o reflexo do Brahman quando nos identificamos com o corpo e a mente. Então Brahman está sempre lá. Não temos que ir à procura de Brahman do lado de fora; todos nós temos que fazer é remover a poeira do espelho, por assim dizer.

Na Parte 2 , vamos falar sobre como remover a poeira do espelho.

Este ensaio foi publicado pela primeira vez pela Ramakrishna Vedanta Association of Thailand . Reproduzido com permissão.

Retirado de http://vedantin.org/practicing-vedanta-part-1 em 17/07/2016

Traduzido por Juliana Romera

terça-feira, 28 de junho de 2016

Máscaras x Felicidade

"Viva para agradar outros... todos ficarão contente, menos você"

Esta é uma frase que todos nós nos identificamos, pois todos nós temos máscaras e papéis no nosso dia a dia.

Nossos papéis são inevitáveis para o convívio, é o papel de mãe, pai, filho, funcionário, etc... são nossas funções enquanto pessoa, e são imprescindíveis para uma vida em sociedade.

Agora as máscaras.. essas nós criamos para nos proteger. Criamos um personagem para cada pessoa, ou grupo de pessoas, com a nossa ideia do que elas esperem que nós sejamos, e assim vamos criando máscaras e máscaras, até que começamos a me perder nelas, e quando nos perguntam: Quem é você? a gente não sabe responder... ou respondemos com base nos papeis: sou professor, sou pai, sou aposentado, etc...

O segredo das boas relações é demonstrar exatamente quem somos, pois assim podemos ser sempre nós mesmos, e não um personagem, e isso facilita a NOSSA vida, nos deixa livres para ter opiniões, livres para ter questionamentos, livres para dizer sim ou não...

Pense na energia que somos obrigados a usar para manter estas máscaras, com medo que descubram quem somos, que descubram nossas fraquezas, nossas verdadeiras ideais... é muita energia desperdiçada sem necessidade. E nas relações, demonstrar fraquezas e necessidades é o grande segredo, ninguém quer conviver com alguém que não precisa de nada nem ninguém (e criamos esta máscara de independentes e bem resolvidos). A pessoa quer ter um papel na sua vida, te ajudar, suprir suas necessidades, assim como ter as dela realizadas também.

Como no exemplo do Super Homem, ninguém quer conviver com o Super Homem, para ele tudo dá certo, ele não tem ponto fraco, ele sempre resolve tudo... até aparecer a kriptonita, e à partir de então, ele começa a se relacionar com a Lois Lane, ela tem uma função na vida dele. Nós também precisamos expor a nossa Kriptonita, e não camuflá-la de alguma maneira.

Pense sobre isso, pense sobre as suas máscaras, vá retirando elas aos poucos e, principalmente, pare de criá-las. Mostre a pessoa que você é, e conviva com as pessoas que tenham interesse nessa pessoa verdadeira.

A felicidade é a nossa verdadeira natureza!!

नमस्ते Namaste

Juliana Romera







domingo, 26 de junho de 2016

O que é Yoga?

Conhecido por sua seriedade no estudo do YOGA, neste vídeo o Prof. Osnir Cugenotta trás uma pequena explicação sobre o que caracteriza uma prática de Yoga.



Sobre Osnir Cugenotta (Om Prakash): nascido em 27 de março de 1963 e teve seu primeiro contato com o Yoga em 1968 por influência de seus pais. Desde então, esteve sempre ligado à sua prática e filosofia. No final dos anos 70, aprofundou-se ainda mais no estudo da filosofia Hindu no Ramakrishna Vedanta Ashram e nos estudos e práticas do Hatha Yoga. Estudou Sânscrito, Vedanta, Samkhya, Yoga, Mantra, Meditação, Alimentação e Massagem Ayurvedica e tudo mais sobre a Índia e suas tradições. Aqui no Brasil, formou-se professor pelo Centro de Estudos de Yoga Narayana em 1987. Em 1990 teve seu primeiro contato com o Iyengar Yoga sendo aluno de Chistian Pisano, aluno graduado em Iyengar Yoga. Em 1993 viajou pela primeira vez à Índia onde teve contato direto com o berço do Yoga, aperfeiçoando ainda mais sua prática e filosofia. No mesmo ano recebeu sua primeira iniciação em Kriya Yoga.

Veja mais vídeos em www.yogasampradaya.com




sábado, 18 de junho de 2016

Bagunça x Paz

É muito comum no Yoga ouvir a expressão "o exterior reflete o seu interior", e isso já é comprovado pela ciência.

Pessoas que vivem em meio à bagunça e desorganização, tendem a ter mentes mais confusas e bagunçadas também, e quando um se organiza, o outro também se ajusta.Se você vive estressado, dê uma olhada em sua casa. Ela vive bagunçada? Então, tá explicado. Especialistas explicam que viver em meio à desorganização gera perda de tempo e, por consequência, estresse. Ou seja, sua qualidade de vida vai por água abaixo.

Logo, pensando assim, temos duas opções: alinhar a mente ou arrumar a bagunça ao nosso redor.

Para alinhar a mente o Yoga oferece várias técnicas de relaxamentos, técnicas para meditação, e outros... mas convenhamos que se a mente está extremamente agitada sentar e respirar por 5 minutos é quase uma tarefa impossível, que talvez me deixe até mais irritado.

Comece então pelo mais denso, que é arrumar a bagunça ao seu redor. Arrume seu quarto, arrume seu local de trabalho, limpe seu carro, etc. Desapegue-se do que você não precisa mais, o apego aos bens materiais gera apego aos pensamentos, gera vícios, engorda, e muito mais.

Muitas vezes damos valor à coisas inúteis. Guardamos pilhas de revistas achando que um dia precisaremos ler algo que está nela (e pode ter certeza que 99,9999% das vezes você nunca mais a usa), 20 jaquetas sendo que só uso/gosto de 3 ou 4, mas a mente sempre fica nos pregando peças como "mas e se eu precisar, se eu emagrecer uso essa, se eu for viajar uso essa, se isso.. se aquilo.." e passam 5-10 anos e a jaqueta continua lá... intacta! e isso podemos levar para muitas coisas, cada um de nós tem "apegos" camuflados de "possíveis necessidades", saiba reconhecê-los.

Faça uma faxina material e você sentirá imediatamente a faxina mental. No Feng Shui eles dizem que guardar/acumular coisas faz a energia estagnar, ao se livrar de coisas desnecessárias a energia flui, e sua vida flui.

Faça o teste!!

Tire um dia para o desapego, tenho certeza que você não sentirá falta de NADA que tirou da sua casa! Doe suas roupas, cobertores, utensílios, papeis, livros, revistas, cds, etc e você vai se sentir leve e feliz, além de fazer muitas pessoas felizes também!

Depois dessa faxina você passa para a faxina mental, onde o Yoga irá te ajudar, te oferecer as ferramentas, e a sua vida se tornará muito mais clara e organizada!

Namaste

Juliana Romera

sábado, 11 de junho de 2016

Yoga Faz Bem Para A Sua Coluna

Professores de Iyengar Yoga no Reino Unido foram envolvidos na maior pesquisa sobre os benefícios do Yoga. Resultados publicados recentemente ajudam a provar que o Yoga é um tratamento eficaz e seguro para dores lombares não específicas.

Yoga pode fornecer um tratamento mais eficaz para a dores lombares do que os métodos mais convencionais, de acordo com o maior estudo já feito sobre os benefícios do Yoga no Reino Unido. A Pesquisa da Universidade de York, financiado pela Arthritis Research UK, descobriu que as pessoas que praticaram um programa de Yoga de 12 semanas especialmente desenhado, sentiram melhorias na função das coluna e mais confiança na realização de tarefas cotidianas do que sobre tratamentos convencionais.

Investigação incidiu sobre a capacidade das pessoas para realizar atividades sem que as dores as limitem , medido pelo Roland Morris Disability Questionnaire. Apesar de melhorias na função da coluna foram mais pronunciadas em três meses, os pesquisadores descobriram que ainda havia uma melhora na capacidade das pessoas de realizar tarefas como caminhar mais rapidamente, vestir-se sem ajuda ou ficar em pé por longos períodos de tempo até nove meses após as aulas terem acabado .

O estudo envolveu dois grupos de pessoas que estavam ambos recebendo atendimento médico para dores crônicas na lombar. Um grupo de 157 pessoas fizeram parte do programa de Yoga especialmente criado para melhorar a função das costas, enquanto um segundo grupo de 157 pessoas foram oferecidos cuidados convencionais. Dores nas costas é uma condição episódica comum em 80 por cento da população do Reino Unido e podemos concluir também que uma grande percentagem no Brasil sofrem com isso em algum momento de suas vidas. Estima-se que cerca de 4,9 milhões de dias de trabalho por ano são perdidos devido a dores nas costas.

No entanto, poucos tratamentos eficazes baseados em evidências existem. Participantes dos testes completaram um questionário aos três, seis e 12 meses a partir do início do programa. Em média, os membros do grupo de Yoga foram capazes de realizar 30 por cento mais atividades em comparação com os do grupo de cuidados habituais depois de três meses, uma diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos que foram reconhecidos como clinicamente importante. O estudo mostrou que havia mais redução da dor no grupo de Yoga que o grupo de cuidados habituais, mas de significância estatística marginal.

O programa de 12 semanas do grupo de Yoga pode melhorar as funções das costas mais que exercícios e manipulações, tratamento cognitivo-comportamental e seis sessões de 1-a-1 técnica Alexander, mas não tanto como 24 sessões de 1-a-1 da técnica Alexander. Yoga participantes foram pesquisados ​​nove meses após as aulas acabarem mais da metade das pessoas que responderam ainda estavam praticando regularmente Yoga, principalmente em casa, duas vezes por semana.

Se você sofre dores nas costas , consulte seu médico; sempre trabalhe sob a orientação de um médico para gerir a sua condição.

Dê uma olhada nos livros da Bandha Yoga em português na página da Traço Editora para aprender mais como combinar a ciência ocidental com a arte do Yoga…


Namasté

Traço Editora e Bandha Yoga

Retirado em 11/06/16 de http://boayoga.com.br/yoga-faz-bem-para-a-sua-coluna-boa-yoga/

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Existência e Não-Existência

Texto de www.vedantaonline.org
nāsato vidyate bhāvo nābhāvo vidyate sataḥ ।

ubhayorapi dṛṣṭo’ntastvanayostattvadarśibhiḥ ॥ 2 – 16 ॥

Este verso de ensinamento de Krishna para Arjuna, presente na Bhagavad-Gita, é a prova final de que ler Vedanta sem a explicação de uma tradição de ensino é tão produtivo quanto enxugar gelo. É uma perda de tempo frustrante.

E isso não se deve ao fato de que o verso está em sânscrito. Mesmo em português ele é ininteligível. Parece que foi Shankaracharya, se não me falha a memória, que disse que uma pessoa não deve ousar estudar Vedanta sozinho, mesmo que seja um grande gramático.

Vejamos porque isso é de fato verdade. A primeira linha do verso diz, em português: “Para o que não existe (asataḥ) não há (na vidyate) existência (bhāvaḥ), e para o que existe (sataḥ) não há (na vidyate) não-existência (abhāvaḥ)”. Trocando em miúdos: o que não existe não existe, e o que existe existe!

Em lógica, isso é chamado de tautologia, uma redundância que nada diz. Como você iria entender alguma coisa nova sobre esse verso simplesmente lendo-o? Nada, absolutamente Podem até acusá-lo de ser bobo, infantil. Todos sabemos que o que existe existe e o que não existe não existe.

Acontece que Krishna está ensinando algo muito importante nesta passagem, praticamente tudo o que há para ser entendido sobre Vedanta. Ele está falando sobre satyam e mithya.

Satyam, verdade, significa aquilo que sempre é, existindo por si mesmo e independente de qualquer outra coisa para ser. Mithya, ao contrário, é o falso, aquilo que existe apenas momentaneamente e, mesmo nessa efêmera existência, deve sua existência a alguma outra coisa que lhe empresta, digamos assim, o ser.

O exemplo clássico para entendermos isso é o pote de barro. O pote é mithya: foi criado num dado instante do tempo a partir do barro, irá certamente se desintegrar com o passar do tempo “voltando” a ser barro e, mesmo enquanto está existindo, exposto na feira hippie do barro, sua existência é somente a existência do barro: o peso do pote é o peso do barro. A cor do pote é a cor do barro. A textura do pote é a textura do barro, e assim por diante. Nada pertence realmente ao pote. Ele é só uma existência aparente, um nome; um conceito para o qual não existe nada de substancial associado.

O barro, por sua vez, existia antes do pote ser criado, existe durante a permanência do pote, e continuará sendo o mesmíssimo barro depois que o pote quebrar. O barro, com relação ao pote, é satyam.

Krishna diz a aparente tautologia que “para o que não existe não há existência” porque nós, ignorantes em termos de realidades, achamos que o pote ou qualquer outra coisa que vemos existe, tem realidade. Isso é errado, porque o pote que dizemos existir nunca possuiu de fato existência alguma: o que existiu foi sempre e somente o barro. Atribuir existência ao pote é um erro ontológico, um erro de visão da realidade.

Curiosamente, entretanto, como a fala expressa nosso entendimento, falamos de forma invertida, dando a entender que o pote é uma substância e o barro, a verdadeira substância, é um atributo do pote substancial. Dizemos “pote de barro” quando, na verdade, se fôssemos ser ontologicamente rigorosos, deveríamos dizer “barro de pote”, ou qualquer coisa assim.

Mas, afinal, por que Krishna está falando essas coisas, logo no começo da Gita? Porque Arjuna não queria lutar, dizendo que iria matar, que iria morrer. Ele não queria cometer essa ação terrível. Krishna, portanto, está lhe explicando: “Ei, Arjuna, me escute: aquilo que morre já não possui existência alguma, já está “morto”. E, quanto ao que realmente existe, não se preocupe: você não será capaz de matá-lo nem mesmo com as suas infinitas flechas encantadas com o poder de terríveis mantras. Por isso, vá lá e lute, cumpra o seu dever e pare de imaginar coisas!”

A segunda parte da fala de Krishna diz: “E para o que existe (sataḥ) não há (na vidyate) não existência (abhāvaḥ)”. Se algo pode deixar de existir no futuro, isso significa que ele não existe mesmo agora, como o pote. O que existe, existe sempre, nos três períodos de tempo i.e., passado, presente e futuro. “Nunca houve um tempo em que nós e todos estes reis aqui presentes não existiram, Arjuna. E nunca haverá um tempo em que eles não existirão” – diz Krishna, a certa altura, para inspirar o seu aluno guerreiro.

É claro que Krishna não está falando, na passagem citada, do corpo, que está destinado à morte certa assim que nasce. Para o corpo, que não existe, nunca há existência. Krishna está apontando para a natureza do indivíduo, aquilo que nunca se modificou e é o responsável pela própria identidade de uma pessoa, pela sua noção inalterada e sempre presente de “eu”.

Quando você se reconhece em uma foto antiga, de 20 anos atrás, quando era uma criancinha gorducha e feliz, você diz: “Ah, como eu era bonitinho. Tenho saudade daquela época”. Obviamente, para se identificar com aquele corpo de criança completamente diferente do corpo que você tem agora, existe algo que não mudou durante a mudança completa do corpo durante as décadas. Esse eu – que nunca desaparece e que é a testemunha imutável de todas as modificações – esse eu não pode matar, porque é mais sutil do que tudo. “O fogo não pode queimá-lo, nem o ar secá-lo, nem a água molhá-lo” (2-23) – diz Krishna, porque a consciência, natureza do eu, permanece sempre intocada, sendo a base real da qual tudo deriva existência, assim como o barro é a base real da qual o pote deriva seu suposto ser, de modo que o pote – por mais que quisesse do fundo do seu coração e contasse com a ajuda total e irrestrita de todo o panteão de Deuses hindus e não hindus – não pode tocar o barro ou ameaça-lo sob nenhuma hipótese. Tal é a independência do sujeito com relação a tudo que “existe”. Tal é a sua liberdade e a sua grandeza.

Portanto, tendo essa visão da realidade, logo no primeiro verso de ensinamento Krishna estabelece o postulado que provará de trás pra frente e de frente pra trás, durante toda sua fala, até o final da Gita: “ashocyan anvashocastvam – você sofre por aquilo que não merece sofrimento, Arjuna” (2-11), porque quem conhece sabe: “Quando o corpo morre, o eu não morre (2-20)”. Nada morre ou deixa de existir. O que existe, existe, e não deixará de existir, e o que não existe, não existe, e nunca virá a existir. Qual é, então, o problema? Apenas lute!


Retirado em 27/04/16 de https://www.vedantaonline.org/existencia-e-nao-existencia/

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Confiança - por Monja Coen

Texto da Monja Coen publicado no jornal O Globo de 12/11/2015


Unir, fiar, tecer, juntar, fortalecer para o bem de todos os seres. Sem perdedores. Que tal acreditar?

Há fiança para o crime da descrença na vida e na imprensa? Confiança é fiar junto. Estamos fiando juntos a vida na Terra? Com certeza.

Mas que fios estranhos e sinistros são esses, reis, imperadores, guerreiros, senhores, governantes, ministros? Que notícias descontentes, sem empenho em ser decentes, apenas manipulando a própria mente.

Mente que mente por trivialidades, poderes transitórios, arroubos partidários. No mundo, gente. No mundo.

Futebol, circo, navios, guerras, bombas, países, aviões e armas. Quem fala em desarmar é tido de covarde, bobão, tolo.

Defender e lutar. A luta armada já passou e deixou tristezas e mágoas. Agora é época de não lutar mais. Será que a gente nunca aprende?

Unir, fiar, tecer, juntar, fortalecer para o bem de todos os seres. Sem perdedores. Todos ganham juntos. Que tal vir brincar essa antiga e nova brincadeira de fiar, de confiar, de acreditar?

Tecendo com fios de seda, brilhantes e multicoloridos, a esperança de reconhecermos juntos a nossa humildade, Humanidade, o nosso húmus da Terra, da qual somos filhos e filhas.

Mãe, eu não queria tê-la feito sofrer e chorar. Família em luto na luta dos desencontros. Na briga e nos confrontos, sem despertar. Separa ação. Tristeza. Poderia ser uma grande e única nação.

Fiar é dar a palavra, reafirmar a palavra dada.

Há quem não venda fiado, pois já não se confia em mais nada. Antes se confiasse no nada, no vazio, na certeza da incerteza.

Há fiança para a desconfiança? Fiança é cavalo querido, todos os cavaleiros o apreciam, é confiável. Quem é o cavalo da hora? O fiança, a fiança do agora? Está no céu ou no mar? Perdeu-se na nuvem polar? Está entre os inovadores ou entre os conservadores? Queria tanto reencontrar Fiança.

Poderia sair galopando faceira pela Terra inteira. Nada me impediria de chegar aonde quer que fosse para levar a notícia de que os seres humanos se reconheceram. Ao se reconhecerem, se respeitaram. Ao se respeitarem, passaram a cuidar da vida que palpita em cada molécula, átomo, partícula.

Ah, Fiança, por que caminhos se enroscou

minha montaria?

Será que alguém o escondeu?

Vamos pensar que o estão tratando bem. Afagando seu pescoço, penteando sua crina, dando banho, passeio, carinho, cenoura, comida da boa. Esse pensamento me conforta.

Pois Fiança me espera para que juntos possamos unir os corações em concordância, recordar e lembrar de cor, buscar na grande memória a coragem de fiar.

Fiar com fios mágicos os corações rotos, partidos, quebrados. Para que fiquem novamente unidos no compromisso de fidelidade, no ato de confiar na análise verdadeira dos fatos.

Poder ver em profundidade. Compreender claramente e desabrochar em fragrância na primavera itinerante que se abre aqui e ali.

Vou cobrir essa fiança e demonstrar a inocência da decência da vida e da imprensa, da mídia e da mente humana, que, no fundo, bem no fundo, anda carente de saudades de juntos fiarmos a trama da existência.

Mãos em prece!

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Acomodando os Outros por Swāmi Dayānanda Saraswati

"De muitas maneiras, todos interfere na vida de todo mundo. Todo mundo cria um efeito global em suas ações. Normalmente, nós apenas olhamos as coisas de uma pequena perspectiva, e encontrar a pessoa que estamos com raiva com iminência grande antes de nós.

Na verdade, nunca estamos livres da influência de alguém ou de todas as forças do universo; nem podemos executar uma ação sem afetar todos os outros. Até mesmo nossas demonstrações afetarão os outros. Portanto, a nossa liberdade deve incluir o fato de que estamos todos interligados.

Mesmo o Swāmi (renunciante) não é livre. Um casal passou por mim quando eu estava em um jardim zoológico, e o homem comentou com a sua parceira, "Olhe para este." Eu era o único com essas roupas estranhas para ser olhado. As pessoas muitas vezes fazem tais comentários.

Eu tento não perturbar as pessoas, mas parece que as minhas roupas, as vestes tradicionais de um renunciante, causam uma ligeira perturbação. Eu tomei uma decisão (ser um renunciante), e ela definitivamente afetar outros pessoas.

Se estou incomodado com os comentários dos outros, então eu ganho somente tanta liberdade quanto eles me concedem. No entanto, se eu reverter o processo, se eu dou a liberdade para outros para serem o que eles são, nessa medida, eu sou livre. Então, eu não discuto com eles. Minha liberdade é a liberdade que eu dê a eles para terem a sua opinião sobre mim, que é diferente da realidade.

Assim, há vantagens em ACOMODAR as pessoas como elas são.

Se alguém faz um comentário sobre você, deixe ele fazer isso. Se o comentário não é verdade, você geralmente tenta justificar suas ações e provar que ele estava errado. Se você é objetivo, você vai tentar ver se há alguma validade na crítica sobre você. Se ele colocou você para baixo para própria segurança, dê a essa pessoa essa liberdade e, em seguida, você está livre.

Que aperto pode fazer para um parafuso quando os fios não estão lá?

O mundo pode incomodá-lo apenas na medida em que você permite que o mundo incomode você. Você não permite que o mundo incomode se você dá ao mundo a liberdade para fazer o que quiser dentro da regra da sociedade.

Mudando totalmente a si mesmo dessa forma você ganha, de acordo com o seu valor para a acomodação, relativamente permanente no contentamento e liberdade.

Praticando a acomodação você chega a um acordo com você mesmo psicologicamente, com você mesmo como uma personalidade.

Isso é o que chamamos Yoga-Sadhana (prática de Yoga).”

(Acomodação = prestativo e disposto a fazer o que a outra pessoa quer.)



tradução feita por Vicente Morisson


Retirado da página do facebook Tradição Védica
www.facebook.com/tradicaovedica

sábado, 14 de maio de 2016

"Não dá para preencher a vida com bares, novela e internet", diz Monja Coen

por Karin Hueck

Claudia Dias Batista de Souza é o nome de batismo da Monja Coen. Antes de se tornar a mais famosa praticante e líder budista do Brasil, ela foi gente como a gente – talvez até um pouco mais louquinha. Prima de Sergio Dias e Arnaldo Batista, dos Mutantes, Coen foi casada algumas vezes – uma delas, com o iluminador dos shows do Alice Cooper – e acabou presa na Suécia por tráfico de LSD. Foi apenas aos 36 anos que ela começou a meditar. E nunca mais parou. Nessa entrevista, ela fala sobre os caminhos internos para a felicidade, sobre autoconhecimento e transcendência, e sobre como não recomenda mais o uso de drogas para se aproximar de Deus.

Quais são as maiores diferenças no conceito de felicidade na filosofia ocidental e na oriental?
​A palavra felicidade, em português, tem sua origem nas palavras “fertil” e “frutífero”. O que frutifica nos faz bem. Plantas, árvores, ideias, filosofias, trabalho, propostas, casamento e assim por diante – todos esses elementos podem deixar alguém feliz. Tanto no Oriente como no Ocidente, seres humanos – se não despertarem para a mente suprema – podem ser manipulados ou podem acabar manipulando outras pessoas em propósitos egoicos, que só atendem a si mesmas. Eu sinto que sair do eu auto-centrado e se dedicar ao Eu maior é a própria felicidade – e isso tanto no Ocidente quanto no Oriente. Talvez os métodos educacionais sejam diversos: o Ocidente sempre foi mais centrado no eu individual do que o Oriente, que costuma considerar a coletividade em primeiro lugar. Mas isso não quer dizer que um é melhor do que o outro. Não se iluda, tanto no Oriente quanto no Ocidente, a maioria das pessoas atualmente se desgasta em preocupações relacionadas a bens materiais apenas e, quase nunca, encontram a plenitude do Eu Maior.​

Por que, na sua opinião, tantas pessoas procuram o zen-budismo para alcançar uma vida mais “plena”? Qual é o principal apelo dessa filosofia?
​A prática essencial do Zen é a meditação sentada, o conhecer o nosso próprio Eu, ao mesmo tempo em que esquecemos do eu. É a prática de deixar-se iluminar por tudo que existe. Perceber que estamos conectados a toda vida da Terra. Comunhão e encontro com a Verdade​ e o Caminho.​ E isso tem um grande apelo.

Por que, como você acabou de dizer, as pessoas se preocupam tanto com bens materiais? Na sua opinião, por que confundem felicidade com prosperidade financeira?
​Porque há pobreza, carência, miséria, desnutrição, fome. Se as necessidades básicas de sobrevivência não forem atendidas, não somos capazes de nem mesmo orar. Isso é universal. O resultado dessas lógica é que acabamos nos prendendo a essa etapa de auto sustentabilidade e muitas vezes nem percebemos que já estamos com as necessidades básicas atendidas e ainda falta alguma coisa. Tentamos preencher com novelas, programas, amigos, bares, internet, mas continua faltando. Algumas pessoas procuram o caminho do auto conhecimento, que é o conhecimento da vida, da sacralidade da existência, da rede de causas, condições e efeitos. Algumas pessoas procuram pela compreensão do significado da existência. Outras apenas vivem​ ​se distraindo das questões básicas da mente humana, querendo apenas rir, se divertir. Isso faz com que muitas pessoas sofram com essa situação, por não penetrarem no sentido mais íntimo do ser.​

Preocupar-se com felicidade é uma noção válida? Você se preocupa em ser mais feliz?
​Preocupar-se nunca é válido. Ocupar-se sim. Ocupar-se em fazer o seu melhor a cada instante e despertar para a mente de sabedoria perfeita é o caminho do Nirvana, é a felicidade verdadeira. Então, pratico os ensinamentos de Buda, sem me preocupar, mas me ocupando com a verdade e esse caminho.​

Você fala muito da violência que existe ao nosso redor. De onde ela vem? Como ela interfere na nossa felicidade?
A violência existe. Seu oposto, a não-violência também. Dentro e fora de cada ser humano. Quando somos capazes de transformar a raiva em compaixão, tudo cessa. Quando abandonamos um “eu” que precisa ser defendido, que não pode ser magoado​ ​e assim por diante, percebemos que estamos muito além das provocações internas e externas. Mas só conseguimos praticar isso com prática incessante.​ Certa feita, Sua Santidade o XIV Dalailama, disse algo como: “Compaixão nem sempre é visceral. Temos de utilizar a mente para desenvolver a capacidade de compreender a quem nos ofende ou provoca.” Isso tem a ver com as conexões neurais. Todos nós nascemos com todos os neurônios possíveis, mas, se não os estimularmos, eles não se conectam. Se formos treinados a fazer conexões neurais de violência, briga, raiva, rancor, temor e assim por diante, essa trilha se torna uma auto-estrada, uma rodovia. Para fazer novas conexões temos de nos esforçar a conectar com amor, compreensão, ternura, assertividade, destemor e assim por diante.

Você teve diversas profissões antes de se tornar monja (inclusive jornalista como nós). O que diria que tirou de cada uma delas?
​Experiências, questionamentos. Fui repórter do Jornal da Tarde, da editoria de Geral. Isso significa que eu cobria todos os assuntos possíveis por todo o Brasil. Foi uma época de um despertar claro e profundo sobre valores diversos em vários níveis sociais. E de conhecer os seres humanos – dos mais ricos e poderosos aos mais pobres e humildes – procurando a felicidade e a estabilidade física, material, psíquica, espiritual. Depois fui ser professora de Inglês e com isso passei a conhecer melhor a maneira de pensar dos povos de lingua inglesa. É tudo diferente de quem fala português: a lógica, a filosofia, a maneira de ser. Fui também secretária do Banco do Brasil, em Los Angeles, e pude cortar quaisquer resquícios de discriminação preconceituosa que tinha quanto ao fato de ser secretária. Percebi a importância das secretárias nas empresas. Gerentes, diretores não seriam capazes de atuar sem suas/seus secretários. Um governo não funciona sem suas secretarias. Assim, em cada oportunidade pude aprender e transformar conceitos deludidos em experiência pura.

Em que momento – e qual foi a importância deste momento – que você percebeu que deveria se tornar monja?
​Passei a meditar de forma regular, em Los Angeles, onde residia. Percebi que a meditação Zen era o Caminho que eu queria dar ao que restava de minha vida. Tinha 36 anos de idade.​

Você disse em algumas entrevistas que tomou LSD e chegou a experiências religiosas intensas com ele. Você acha que as drogas são uma forma de transcendência? Vê alguma validade nisso?
​Tudo depende de quem as usa e com que propósito. Na minha juventude, eu procurava por Deus. Não procurava por sexo, diversão, brincadeira ou prazer de qualquer espécie mundana. Hoje eu não recomendo uso de drogas​ ​ou de qualquer tipo de substância para alcançar a transcendência. Basta respirar conscientemente. Basta sentar em silêncio, na postura correta, para acessar o Eu além do eu. Podemos ter o encontro com a Natureza Buda – que é talvez o que tradições monoteístas chamam de Deus – através do silêncio, da meditação profunda e da respiração tranquila.​ Mas isso requer persistência, paciência e entrega, e deve ser através de orientação de pessoas que tiveram a experiência sagrada. Não é algo que se possa tentar sozinha. É preciso seguir determinados procedimentos para esse encontro. Da mesma maneira, se combinarmos um encontro com alguém teremos de saber o local, o horário e o caminho para chegar até lá. É preciso ter uma rota. As tradições meditativas, religiosas, espirituais têm sistemas muito antigos e hábeis para conduzir os seres humanos ao verdadeiro Encontro. É preciso escolher uma tradição e seguir seus ensinamentos, sem desistir quando ps obstáculos surgirem.

Felicidade é um valor importante? Há outros mais importantes?
​Felicidade, paz, Nirvana, quietude adquirida através da sabedoria perfeita, clareza, transparência, ética, prática incessante da vida iluminada.​

Você se considera uma pessoa feliz?
​Sou feliz.




sábado, 7 de maio de 2016

As mães dos Mestres

Pensando em uma maneira de homenagear às mães me deparei com este texto sobre as Mães de alguns Mestres e achei interessante compartilhar a leitura com vocês.

Falar sobre as mães de grandes mestres da Humanidade é a forma mais genuína de homenagear todas as mães, afinal, mãe é mãe.

Um Feliz dia das Mães para vocês!

Apreciem a leitura!


PARAMAHANSA YOGANANDA

“Toda mulher é, para mim, uma representante da Mãe. Vejo a Mãe Cósmica em todas”, 
disse o mestre iogue Paramahansa Yogananda. 

 A profunda ligação que o indiano tinha com a sua mãe, no entanto, era bem especial. Logo no início

do clássico espiritual que o tornou conhecido no mundo todo, o livro “Autobiografia de um Iogue”, ao retratar o período da infância, ele enaltece a figura de Gyana Prabha: “…Era uma rainha de corações e nos educou inteiramente pelo amor.”. Através dela, Yogananda entrou em contato com as tradicionais escrituras sagradas de seu país. “Ela recorria ao Mahabharata e ao Ramayana para dali retirar histórias adequadas às exigências disciplinares.”. 

Junto do pai, Bhagabati Charan Gosh, Gyana levou o filho, ainda bebê, para o guru Lahiri Mahasaya abençoar. Na ocasião, Lahiri lhe disse: “Mãezinha, teu filho será um iogue. Como uma locomotiva espiritual, conduzirá muitas almas ao reino de Deus.”. A profecia se cumpriu e, onde esteve, Yogananda propagou a mensagem divina comprometido com a linhagem de gurus da qual fazia parte e honrando a seus pais, por quem sempre teve profundo respeito e amor.



GANDHI

Mahatma Gandhi foi um dos maiores líderes pacifistas da história. À frente do movimento pela libertação da Índia da colonização inglesa, reuniu milhares de pessoas em prol de uma disputa memorável na qual a resistência física e a inutilização de qualquer tipo de arma tornaram-no um grande herói da humanidade. Ele também tinha um carinho especial por sua mãe, como se lê no trecho de sua autobiografia.

“Minha mãe deixou uma impressão marcante em minha memória: a de que era uma santa. Na verdade, era uma pessoa extremamente religiosa e não fazia uma refeição sem rezar. Uma de suas atividades diárias era frequentar o haveli. Pelo que me recordo, nunca deixou de completar os chaturmas (período sagrado de quatro meses de moderação e prática espiritual ). Fazia as promessas mais difíceis e as cumpria sem hesitar. A doença nunca era motivo para deixar de realizá-las. Lembro-me de uma vez em que, mesmo enferma, seguiu à risca os votos do chandrayana. Jejuar dois ou três dias consecutivos não era nada para ela, e fazer somente uma refeição diária durante os chaturmas tornara-se um hábito.

Não contente, uma vez, durante um chaturma, jejuou em dias alternados. Em outra, prometeu não comer senão em cada aparição do sol. Nesses dias, eu e meus irmãos pequenos ficávamos mirando o céu, esperando o sol surgir para avisá-la. Todos sabem que durante o pico da estação chuvosa o sol nem sempre aparece. Lembro-me de alguns dias em que, quando surgia repentinamente no céu, corríamos para chamá-la e ela saía para ver com seus próprios olhos. Quando chegava, o sol já havia sumido e ela ficava sem comer.

– Não importa – dizia com alegria no coração –, Deus não quer que eu coma hoje. – E voltava para seus afazeres.”

No período em que esteve na cidade londrina, a fim de estudar Direito, muitas foram as dificuldades enfrentadas pelo indiano. A adaptação a uma nova cultura e os preconceitos sofridos em função da sua nacionalidade eram apenas alguns dos obstáculos, como se lê neste outro trecho: “O amor de minha mãe não me saía da cabeça, e à noite vinham-me lágrimas nos olhos e não conseguia pegar no sono.”


JESUS

Muito embora sejam poucas as passagens em que Maria aparece no Novo Testamento, do que se sabe é possível admirar. Alguém que abrigou em seu ventre o Mestre Jesus haveria de ser muito especial.

A última menção ao seu nome na Bíblia se dá na crucificação do filho. Ela, junto de outras três mulheres (sua irmã, a mulher de Cleofas, também de nome Maria e Maria Madalena), além do discípulo João, acompanharam o acontecimento profundamente consternados. Jesus, ao olhar para a mãe e vê-la chorar, confortou-lhe apontando para João, dizendo: “Mulher, eis aí teu filho!” e a João, ele falou: “Eis aí tua mãe!”. Ambos poderiam se amparar um no outro.

A cena em que Maria envolve o Cristo em seus braços, após horas de martírio, foi eternizada pelo escultor e pintor italiano Michelângelo. “Pietá”, criada no século XV – apesar de remeter a um episódio doloroso – é uma bela e contundente representação do amor materno.





Retirado em 06/05 de http://www.culturadapaz.com.br/as-maes-dos-mestres/

quarta-feira, 4 de maio de 2016

O Fechamento de um Ciclo e Sempre uma Oportunidade de Renascimento Interior

Por Soraya Rodrigues de Aragão

A vida é a nossa grande mestra. Tudo o que nos acontece, está de algum modo nos favorecendo, seja para nos melhorarmos, seja para nos despertarmos da nossa zona de conforto, ou mesmo para adquirirmos alguma habilidade ou mudarmos algum aspecto. O proposito é sempre o aprimoramento.

Geralmente, nos sentimos propensos ou motivados a realizar mudanças significativas em nossas vidas quando estamos insatisfeitos, quando as condições em que vivemos não correspondem mais as nossas expectativas.

Não há necessidade de datas para nos renovarmos. Tem certos momentos na vida que por si mesmos são verdadeiros marcadores que sinalizam o fechamento de um ciclo, quer aceitemos ou não.

Precisamos desenvolver nossa “escuta interior” e através da nossa capacidade de compreensão, termos lucidez e sensibilidade para aceitarmos que algo já se deteriorou. A partir desta percepção, é possível nos reposicionarmos e nos readaptarmos para darmos boas vindas ao “novo”, com suas infinitas possibilidades. Muitas vezes, a vida não convida, mas intima a atualizações necessárias para nosso próprio progresso, enviando-nos sinais que muitas vezes recusamos admitir e que tem um proposito maior: passar para uma etapa seguinte. Não estamos atentos a estas leituras ambientais ou simplesmente as ignoramos, pois não nos interessa sair de nossa comodidade, da nossa zona de conforto, mesmo que deteriorada. Estamos ali, agarrados a qualquer custo. Precisamos nos desvencilhar do que se deteriorou, seguir adiante e confiar na generosidade da vida.

Quando a vida nos sinaliza que um ciclo está se fechando, aceite o fato e aproveite para renovar suas esperanças, oportunizando-se a gestar novos propósitos e projetos de vida. Uma readaptação nem sempre é um processo fácil, visto que dispendemos muita energia emocional na reorganização do “caos” interno. Por outro lado, este é também um momento rico para iniciarmos o precioso movimento de auto avaliação e para revalidar o lugar que ocupamos ou que desejamos ocupar no mundo.

Quando um ciclo se fecha, é porque necessitamos realizar algum aprendizado naquele contexto, para passarmos para a etapa seguinte. Os processos transitórios da vida não são exatamente efêmeros, mas são etapas potencialmente criativas.

Vida é fluxo, é movimento; é a negação da estagnação das nossas crenças e percepções arcaicas como verdades absolutas que caíram por terra. Nada é definitivo, muito menos de nossa propriedade. Acreditamos que coisas e pessoas são nossas. Na vida não existem garantias, nem datas de validade.

Com o advento de uma nova fase, Iniciam-se novas oportunidades. Em contato com contingencias que proporcionam agora o florescer de uma nova consciência, nos será permitida uma maior lucidez dos fatos. Tudo isto nos oportunizará criar a realidade que tanto desejamos e que somos diretamente responsáveis. Este movimento criativo nos permite reflexões verdadeiras e profundas que nos levam a dar novos significados a nossa existência, se abrirmos mão do que se foi e darmos as boas vindas as novas possibilidades.

A nossa vida hoje é consequência de atitudes, ações, palavras e pensamentos do passado. Sendo assim, façamos valer uma realidade diferente hoje através de uma postura diferente agora. Precisamos eliminar aspectos, coisas e posturas que não nos proporcionam crescimento, que nada nos adiciona e que podem até nos criar empecilhos.

Necessário é reciclar o nosso lixo emocional, transmutar sentimentos negativos e aprender a lidar melhor com nossas inquietações e limitações para entrarmos mais leves em um novo ciclo de vida. Para que haja renovação verdadeira, de dentro para fora, é indispensável reavaliar a nossa percepção dos fatos, mas o principal de tudo para qualquer primeiro passo é nos aceitarmos como somos, momento este de “insights” para toda mudança verdadeira, pois a partir da auto aceitação, poderemos promover as mudanças que forem necessárias. Portanto, desnue-se interiormente, retire suas mascaras, se olhe de frente.

As vezes precisamos mudar rotas e trajetórias, provenientes das nossas reavaliações daquilo que já não nos serve mais. Mas nada foi perdido de todo: tornamo-nos mais vividos, mais capazes e aprimorados.

Em cada etapa da vida apostamos naquela realidade e investimos o melhor que podemos nela. Quando nos deparamos com algumas circunstancias, vislumbramos o quanto agora tudo o que foi vivido não faz mais sentido: neste momento nos damos conta que estamos em uma nova etapa de vida. A nossa maior conquista é transmutar a própria vida em constante processo de evolução e recriação de nós mesmos, colocando em pratica os valores que precisamos alimentar, nos aprimorando em todas as perspectivas e principalmente aprendendo com os erros do passado.

Somos seres itinerantes na trajetória da vida e estamos aqui para aprender, para evoluir. Só poderemos renascer para uma nova realidade se tivermos a capacidade simbólica de nos despojarmos do passado, aceitar as mortes simbólicas dos ciclos que é a própria sabedoria da vida. Recriar-se. Renascer. reinventar-se. Superar-se.

Nós, indivíduos eternos do devir, estamos sempre em processo de reflexão acerca das nossas vivencias para obter a sabedoria que precisamos e que neste mundo nunca basta. As reflexões devem ser continuas como meio preventivo para não nos depararmos com crises que poderiam ser evitadas, quando tentamos de alguma forma nos agarrar a algo que já se foi. O fechamento de um ciclo nos oportuniza revisar, ressignificar e dar um novo sentido à própria vida, colocando em pratica um novo projeto de acordo com a nossa realidade e necessidades.

Permanecer em um ciclo que já se fechou é altamente desgastante, além de se pagar um alto preço por isto. Estar aberto, disponível e receptivo para novas oportunidades e experiencias é o que a vida nos propõe ao fim de cada etapa.

Muitas vezes não estamos vivendo, mas vivenciando uma sobrevida, e não é isto o que queremos. Queremos ter uma vida plena e de qualidade, portanto deixar ir o que já está carcomido não é sinal de covardia, e sim de coragem. Coragem para dar um novo passo. Coragem para continuar a ter fé na vida, apesar de tudo.


Para refletir:

Que possamos olhar os problemas como desafios, a dor como meio de aprendizado, as mudanças como oportunidade de transformação, a insatisfação como eterna busca. Todo processo pode ser fácil ou difícil, penoso ou desafiador, de possibilidades e aprimoramentos. Depende de como você percebe cada acontecimento. E com o fechamento de ciclos não é diferente, pois ele nos oportuniza uma nova vida.

Bem vindos à renovação.


domingo, 24 de abril de 2016

De Bons de Briga o Mundo Anda Cheio. O que Falta é Gente Boa de Amor!


Texto de André J. Gomes


Deu, né, minha gente? Já tem muito coração cheio de ódio nesse mundo. Basta. Nós mesmos, humanos que somos, vez em quando rangemos os dentes por aí. Todos temos motivos para odiar alguém ou alguma coisa. Mas passou da hora de fazer um esforço, remar no sentido contrário, apertar o passo, seguir em frente e deixar lá atrás tudo quanto é odioso.

A vida anda repleta de pessoas, bichos, ideias, causas e coisas de toda sorte merecendo o amor da gente. É questão de escolha: em vez de perder um só segundo odiando quem nos ofende, nos rouba, explora, agride e nos xinga, por que não mudar o foco e buscar quem mereça de nós coisa melhor?

Falo por mim, mas acho que com você não é diferente: eu odeio tanta coisa! Odeio mesmo. Tenho ódio puro e simples de um caminhão de comportamentos que, para mim, são próprios de gente ruim. Homem que bate em mulher, político ladrão, arrogância, grosseria, maldade com criança, desprezo com velhinhos, crueldade com animal, assédio, força bruta. Tanta coisa! Mas fazer o quê senão me posicionar contra isso, me afastar do que faz mal e me concentrar no que faz bem?

Verdade é que a minha raiva me escraviza. Quem é dono do meu ódio é dono de mim. Já quem tem o meu amor, não. Sou escravo de quem eu odeio e amigo de quem eu amo. Então, chega de ódio. É tempo de buscar o que possamos querer bem.

O seu tempo, claro, é seu. Você faz o que quiser com ele. Mas eu acho que ele bem gostaria de ser investido num amorzinho bom, um passatempo saudável, um trabalho que cansa o corpo e descansa a cabeça, uma amizade sincera. Uma companhia a quem se achegar à tardinha, um afeto a quem deixar de manhã e regressar à noite. Essas coisas que, Deus é grande, estão sempre à nossa espera.

Há sempre o que fazer de bom. Adote um gato, um cachorro, uma nova postura, um hábito saudável, um hobby. Telefone às pessoas queridas, ainda que para dizer nada. Perdoe os velhos erros, inclusive os seus. Peça perdão! Beba água, seja amigo dela! Compre uma planta e dê-lhe um nome bonito e simples. Quando for regá-la de manhã, diga “Saúde, Fulana!” e beba água junto com ela, num brinde à saúde de todas as plantas e todos os bichos e todas as gentes! Escolha um segredo revelável e conte a um amigo querido como prova de confiança. Se ele contar a outro alguém, não o odeie por isso – o segredo era revelável mesmo. Mas não perca tempo com mau sentimento. Odiar quem bem merece é tão ruim quanto amar quem não merece.

O mundo já vai cansado de gente boa de briga. 
O que falta é gente boa de amor. 
É tempo de caçar o que amar. 
Encontremos então o que nos faça sentir o coração feliz. 
Olhemos para fora ou miremos para dentro, não importa. 
Sejam os outros, sejamos nós mesmos, tem sempre alguém ou alguma coisa merecendo o amor da gente por aí.


Retirado em 19/04/16 de https://osegredo.com.br/2016/03/de-bons-de-briga-o-mundo-esta-cheio-o-que-falta-e-gente-boa-de-amor/

terça-feira, 19 de abril de 2016

9 Sinais de que seu corpo está com excesso de toxinas (e como eliminá-as naturalmente)

Um texto de www.curapelanatureza.com.br

A vida moderna trouxe muitas facilidades, mas também trouxe muitas desvantagens.

Hoje vivemos constantemente cercados por substâncias e toxinas prejudiciais.

A comida e o ar que respiramos são muito contaminados com produtos tóxicos, como pesticidas, hormônios e outros venenos.

O álcool, o cigarro e medicamentos que usamos complicam ainda mais a situação.

Portanto, a nossa saúde vive sob constante ameaça.

Por isso precisamos limpar o corpo, a fim de restaurar as suas funções próprias e o bem-estar.

Primeiro de tudo, você precisa aprender a reconhecer os sinais que seu corpo está enviando para lhe comunicar que está cheio de toxinas:

Estes são os sintomas que não devemos ignorar:

1. Excesso de gordura no abdome

A gordura abdominal em excesso pode indicar que o seu corpo está cheio de toxinas, uma vez que isso dificulta a capacidade de regular os níveis de glicose e metabolizar o colesterol.

2. Problemas de pele

Quantidades excessivas de toxinas no corpo podem causar problemas de pele, como acne, espinhas, irritação, rosáceas e coceiras na pele.

Isto é devido aos esforços do corpo para eliminar as toxinas de uma forma natural.

3. Dores de cabeça

Venenos presentes no corpo irritam o sistema nervoso e causar dores de cabeça.

4. Muitas toxinas no corpo forçam o fígado, causando excesso de trabalho desse órgão.

Com isso, o fígado cria mais calor e, como o resultado, todo o corpo entra em superaquecimento, advindo episódios de febre.

5. Nível baixo de energia

Sobrecarga tóxica no organismo provoca sensação constante de exaustão.

6. Nariz congestionado

Nariz frequentemente congestionado pode indicar o acúmulo de substâncias tóxicas de alimentos mal digeridos (como leite e derivados).

7. Problemas digestivos

Excesso de toxinas torna a digestão mais lenta pesado e isso pode causar problemas como gases e prisão de ventre.

8. Insônia

Uma sobrecarga de substâncias tóxicas prejudica toda a circulação, atingindo também o sistema nervoso.

E ter dificuldade para dormir pode ser uma das consequências disso.

9. Língua revestida de "capa" branca ou amarela

Se a sua língua estiver revestida de uma "capa" branca ou amarela, é um sinal de que existem muitas toxinas no sangue.


COMO ELIMINAR AS TOXINAS

Vamos agora ensinar algumas desintoxicações fáceis e bem eficientes:

1. Limão e água morna

É tudo muito simples.

Você só precisa espremer um limão e adicionar a um copo de água morna.

O ideal é tomar esta receita todos os dias para que ela torne seu corpo mais resistente a doenças.


2. Vinho de babosa

É também um ótimo desintoxicante.

Deve ser tomado duas vezes por ano.

Eis a receita:

INGREDIENTES

1 folha de babosa

Meio litro de mel puro

Meio litro de vinho branco

MODO DE PREPARO

Limpe a folha de babosa com um pano, descasque e extraia o gel para bater no liquidificador com o vinho.

Coloque em um vidro escuro com o mel já dentro.

Agite até misturar bem.

COMO USAR

Tome uma colher (sopa) três vezes ao dia, longe das refeições.

Quem não pode consumir álcool deve fazer uma experiência.

Ou seja, deve começar tomando uma colher (sopa) por dia e observar como o organismo reage.

A quantidade de álcool presente no vinho de babosa é pequena.

Mesmo assim, no caso de quem não pode ingerir essa substância, é importante testar e ver se o organismo suporta essa pequena quantidade

Se não houver reação negativa, aumenta-se a dose para três colheres (sopa) por dia.


3. Suco de limão, gengibre e açafrão

Este suco, além de desintoxicar, eleva a nossa imunidade.

INGREDIENTES

Meia colher (chá) de açafrão

Um pequeno pedaço de gengibre fresco

Suco de 1 limão

Meio copo de água

MODO DE PREPARO

Mistures todos os ingredientes num liquidificador.

Beba imediatamente e, de preferência, em jejum.

Hipertensos não devem fazer esta receita, por precaução e devido ao gengibre, que em algumas pessoas (não são todas) causa aumento da pressão arterial.


4. Suco de limão e salsa/salsinha

É excelente para limpar rins e fígado.

INGREDIENTES

1 limão

Algumas folhinhas de salsa (60 gramas é a quantidade precisa)

300 mL de água

MODO DE PREPARO

Esprema o suco do limão e pique a salsa em pequenos pedaços.

Coloque-os em um copo, despeje a água sobre eles e mexa.

Tome esta bebida de manhã, em jejum, por 5 dias.

Após o quinto dia, faça uma pausa de 10 dias.

Em seguida, repita o tratamento mais uma vez.

Este é um blog de notícias sobre tratamentos caseiros. 
Ele não substitui o trabalho de um especialista. Consulte sempre seu médico.


Texto retirado em 19/04/16 de http://www.curapelanatureza.com.br/post/04/2016/9-sinais-de-que-seu-corpo-esta-com-excesso-de-toxinas-e-como-elimina-las-naturalmente