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domingo, 8 de novembro de 2015

Como chegar ao Dharma?

Muito se fala sobre seguir o Dharma, mas o que significa isso? Como sei qual é meu Dharma? O que é Dharma?

A palavra Dharma pode ter alguns significados, mas vamos entender o conceito. O Dharma tem dois tipos, um mais universal e um mais pessoal. Você ter nascido como ser humano, como um animal, como um objeto é o seu Dharma, o estado de ser humano, de ser um cachorro, de ser uma mesa, a este Dharma você não pode fugir, você terá que seguir as "leis" de ser humano. Todos os seres humanos são diferentes em alguns aspectos, mas todos respeitam este Dharma de ser humano, não importam as qualidades e características.

E outro tipo de Dharma é o seu papel no mundo, este é pessoal, é a sua contribuição, o que você veio realizar neste mundo. Para chegar melhor a esta definição vou explicar resumidamente o conceito dos Purusharthas, que são as fases da vida de homem.

O primeiro aspecto é KAMA, que são os prazeres e satisfações. Quando você é criança é tudo que você faz, buscar prazer. Brincar, comer e dormir, basicamente. Mas, para você ir para o segundo passo, que é ARTHA, segurança (material) você começa a deixar de lado algumas horas de KAMA para estudar, pensando no futuro, garantindo uma possível segurança. E assim sua vida é guiada nestes dois passos, você estuda, trabalha, ganha dinheiro, compra coisas que lhe trazem segurança, satisfaz alguns desejos, seus prazeres vão sendo saciados, e você vai vivendo nesta situação de trabalhar para ter segurança e prazeres.

A maior parte da humanidade para neste ponto, e passa a vida buscando MAIS segurança, mais dinheiro e tendo desejos cada vez maiores e infinitos, e fica preso neste círculo, querendo sempre mais, nunca se sentindo satisfeito.

Uma outra parte das pessoas começa a perceber que a felicidade que ela está sentindo falta não será satisfeita com ARTHA e KAMA, falta algo. Outra parte atinge um ponto de ARTHA e KAMA que aparentemente já está bom, já conquistei o que quero. Em ambos os casos a pessoa para de viver em busca destes dois aspectos, e assim, como sua mente muda um pouco o foco sobra espaço para pensar no terceiro passo, o DHARMA.

Neste ponto a pessoa começa a observar os valores, se tudo que ela está fazendo e conquistando está indo de acordo com os valores do ser humano, de honestidade, humildade, etc. Esta reflexão leva tempo, pois alguns ajustes deverão ser feitos, algumas mudanças de conduta, e nem sempre isso é fácil. Entra nesta reflexão também o fato de estar contribuindo ou não com a sociedade, o que eu faço eu faço corretamente? Eu faço e ajudo as pessoas? Ou eu só penso em mim, independente do que eu precise fazer para me realizar eu faço? Isso está correto? Etc... várias reflexões. 

Muitas vezes nessa fase a pessoa procura a espiritualidade, para ajudar a entender os valores, para preencher o vazio que ela sentia , a infelicidade inexplicada que ela sentia.
Poucos conseguem chegar a um fim nestas reflexões, mas quando você percebe que atingiu o ponto de ARTHA e KAMA em equilíbrio, e está fazendo isso de acordo com os valores do DHARMA, mais uma vez sobra espaço para você refletir, sua mente se torna calma, pois você está no caminho certo,  as coisas fluem naturalmente. E então chega o último passo, MOKSA, a libertação. Onde você sai deste círculo de reflexões, pois você já está no caminho, seus pensamentos já não te abalam mais, tudo que você vier a fazer será embasado pelo DHARMA, você não age mais fora dele.

Fica aqui a reflexão de achar em que fase você está, se você está preso em algum momento, e como fazer para libertar esse algo, este momento. Práticas de yoga ajudam você a ter uma mente mais calma e um discernimento maior para sofrer menos nestes momentos da vida, ter mais clareza de onde se quer chegar!!

"Pratique e tudo virá!"  (Sri Pattabhi Jois)


Juliana Romera

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Erros que devem ser evitados na prática de Yoga

     Podemos praticar Yoga há um certo tempo, e como sabemos se a prática está nos beneficiando? Como sabemos se estamos aproveitando ao máximo nossa prática? Tendemos a colocar a prática no piloto automático, achando que por já "saber" realizar o asana, ele não precisa de tanta atenção. Esse é um erro muito comum, e todo praticante já deve ter passado por isso. Esse piloto automático tira nossa consciência da prática, física e energeticamente.

     Com a consciência total na prática, evoluímos sempre, como dizia Iyengar, o ponto que você parou ontem, deve ser como você inicia hoje. Veja alguns erros comuns, que tiram essa consciência da sua prática. Se observe e melhore seu yoga.

1- Mente que divaga
Mantenha sua atenção na prática. É comum a mente divagar durante ela, mas você deve se policiar com isso. Uma prática consciente te proporciona um outro estágio de prática, diferente de apenas alongar e fortalecer os músculos, o que acontece quando você faz os asanas sem atenção total.

2- Prática inconstante
Citando Patanjali nos Yoga Sutras (1:14) "A prática se torna firme quanto for praticada ininterruptamente e com devoção por um período prolongado". O Yoga deve ser praticado, sem esperar resultados, a prática constante trás benefícios muitas vezes invisíveis. Procure manter uma rotina constante, mesmo que pequena.

3- Passar dos limites
Os asanas utilizam seu corpo, e este tem limitações (temporárias ou não). A pratica consciente te proporciona saber onde está sua limitação real, e você "melhora" sem passar do ponto e se machucar. Observar-se na prática trás esta consciência, porém ela requer os dois passos anteriores, eu preciso praticar constantemente e conscientemente, para entender meu corpo. Enquanto você não tem este conhecimento do seu corpo, muitas vezes menos é mais.

4- Se comparar
Lembre-se que a prática é pessoal e que cada corpo é um corpo. Comparar-se com os outros alunos é o pior erro, que induz a duas situações desfavoráveis ao yoga: ou você se rebaixa, vendo que os outros são "melhores" do que você e às vezes até desiste do yoga, ou você se sente melhor do que os outros, fazendo seu ego cair nesta armadilha. Em ambas as situações não existe consciência na prática. Se você está observando o asana alheio, você não está observando o seu.


"Pratique e tudo virá!" (Pattabhi Jois)



Juliana Romera