segunda-feira, 27 de abril de 2015

Os 5 estados da mente

     Segundo os Yoga Sutras de Patanjali Yoga é a inibição das flutuações mentais, ou seja:

"YOGA CHITTA VRITTI NIRODHAH"
Yoga Sutra 1:2

Chitta: Consciência
Vritti: Padrão circular, vórtice, ondulação
Nirodhah: Reter, cessar, restringir, pausar, bloquear

     Não existe uma maneira de cessar completamente as atividades mentais, mas existe como deixar estas atividades bem diminuídas. Conheça os 5 estados da mente (Chitta):

1- Kshipta: Mente inquieta, agitada. Neste estado existe uma predominância de RAJAS, a pessoa é incapaz de raciocinar, ouvir ou ficar calma, quieta. Se compara a um celeiro cheio cujas portas se arrebentam e os animais fogem sem rumo algum ou organização, assim são os seus pensamentos neste estado.

2- Mudha: Mente iludida, inerte e desatenta, devido ao excesso de TAMAS, a informação parece não chegar ao cérebro. Neste estado é onde você "perde" as coisas que estão na sua mão, ou seu óculos na cabeça.

3- Vikshpta: Mente distraída, intermitente, recebe as informações mas nem sempre é capaz de processá-las. Neste estado começa a ter a presença de SATTVA com influência de RAJAS. Neste estado o YOGA começa a ser possível.
     
4- Ekagra: Unipontual, concentrada, mente relaxada (mas não sonolenta). SATTVA começa a ser mais presente, a pessoa consegue focar e prestar atenção, podendo meditar. Uma boa prática ou aula de Yoga pode levar a mente a este estado.

5- Niruddha: Mente controlada, focada, sem distrações. Este estado pode ser alcançado na meditação ou quando a pessoa está absorta em alguma atividade. Neste estado não existe mais o domínio de nenhum guna, este estado está além dos gunas (Gunatita).

     
    Todos nós já sentimos estes três estados, B. K. S. Iyengar usava estes estados na prática de asanas, percebendo qual estado aquele asana promovia, tentando chegar sempre ao último estado.

    O objetivo do Yoga é promover os estados mais conscientes, e assim sua mente fica mais tranquila, sua respiração mais tranquila, suas ações mais retas e muito mais.


Boas práticas!

Juliana Romera

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Obstáculos da prática

"Os obstáculos são as distrações da mente causadas por: enfermidade,
apatia, dúvida, falta de entusiasmo, indolência, apego ao prazer, percepção errada.
instabilidade para praticar e manter a concentração.

Os sintomas da dispersão mental são o sofrimento, o desespero,
o nervosismo e a respiração irregular."
(Yoga Sutras 1:30-31)


     Patanjali traz nestes dois sutras os obstáculos da prática e o que estes obstáculos causam. Provavelmente todos os praticantes de YOGA se encaixam nestes obstáculos em algum momento, variando entre eles, tendo um ou mais deles em cada momento. O que nos mostra que o caminho é para todos, e os obstáculos são os mesmos para todos também. 
     
     A disciplina ajuda a contornar estes obstáculos, se você se deixa dominar por eles, sua prática fica extremamente irregular, e cada vez que você vence um deles, sua prática ganha mais força e constância. Quanto antes você perceber que está caindo nas armadilhas destes obstáculos, mais rápido você retorna às práticas, então a auto observação é a chave da questão.

     Observe que o segundo sutra escrito acima mostra o que você sente ao se deixar levar pelos obstáculos, e isso vai virando uma bola de neve, gerando mais obstáculos, mais frustrações, aí vem a apatia, você começa a se questionar ou se deixa levar pelo prazer, aí você sofre de novo... e assim vira esse círculo vicioso.

     Quanto mais você se afastar do caminho, mais difícil voltar para ele, então evite períodos longos sem prática, mesmo que seja uma prática curta, simples, todos passamos por momentos de instabilidade, mas não vivemos neles.

     Que tal praticar agora?

Jaya Ganesha

Juliana Romera

quinta-feira, 23 de abril de 2015

5 motivos para não praticar yoga

    
 Li recentemente este texto em (http://respire.blog.br/5-motivos-para-nao-praticar-yoga/) e resolvi compartilhar, pois achei bem interessante e verdadeiro! 


     É isso mesmo, tudo tem dois lados. Hoje estou aqui para alertar aqueles que pensam em praticar Yoga com seriedade, ou que começaram a praticar há pouco tempo, dos riscos que estão correndo. Leiam com atenção e tirem suas próprias conclusões sobre se isso é algo que você pretende continuar a fazer ou não.


     Você começa a enxergar a vida de outra forma. Uma forma mais relaxada, consciente e feliz. E isso, aos olhos das outras pessoas, faz com que você talvez pareça um louco. Essa história de gratidão, consciência, vida simples… você vai virar um peixe fora d’água. É sério, estou falando isso pro seu bem. E o pior é que você entende porque as pessoas não te entendem. E isso, ao invés de melhorar, só piora a situação, pois te torna ainda mais estranho aos olhos dos outros.

     Você naturalmente passa a fazer escolhas mais saudáveis, porque começa a perceber com clareza quais são aqueles hábitos que fazem bem e aqueles que fazem mal. Você não vai mais curtir exageros, porque cuidar da sua saúde passará a ser prioridade. Aquela cervejinha de todo fim de semana até altas horas talvez não soe mais tão atraente. Aquela festa de camisa, aquele churrasco de família então… Pode ter certeza de que se você for, vão ficar falando sobre o quanto você está diferente, e se não for, certamente será a pauta do dia. Terá que se acostumar a isso!

    Você vai ficando mais forte e flexível, tanto física quanto mentalmente, e uma vez que se conquista isso, é muito difícil voltar atrás. Então, eu lhes digo, muito cuidado ao entrar nesse caminho. As pessoas vão falar sobre isso, sobre o quanto você anda “metido”, só porque a sua auto estima está lá em cima e tem energia de sobra, mesmo que não fique se exibindo por isso.

     Você começa a perceber que precisa de cada vez menos pra viver, e por isso, passa a buscar uma vida cada vez mais simples. Isso é perigoso, porque não movimenta a economia, não é bom para o país… Talvez o governo resolva ir atrás de você, pra saber se está fazendo algo ilegal. Talvez você receba ligações do banco, porque o seu padrão de consumo está mudando (para menos). Ter que lidar com tudo isso pode ser realmente muito chato, afinal, como é que você vai se defender? “Não, sr. Fulano, eu estou bem sim, só estou mudando minhas prioridades, sabe, percebi que não preciso de tudo o que eu gastava antes pra viver…” Oi? Não precisa gastar tanto pra viver? Em que mundo você vive?

     Você se torna uma pessoa mais amorosa e feliz. É, amigos, talvez esse seja o motivo principal. Isso prejudica a vida social, simplesmente porque quando você estiver em um grupo onde as pessoas estejam mal-humoradas e/ou reclamando da vida, você não vai ter assunto, ou então vai ficar tentando mostrar pra elas o lado bom das coisas, e isso pode deixa-las extremanente irritadas. Conheço pessoas que tiveram sérios problemas de bullying por causa disso… Só porque eram otimistas demais ou porque simplesmente não conseguiam ficar de mau humor.

     Pois é, então se você não quer ser essa pessoa, esqueça esse negócio de Yoga, porque isso não é pra você. Fuja do tapetinho. Quando ouvir alguém entoando o mantra OM, tape os ouvidos e saia correndo. Estou avisando, esse é um caminho sem volta. Depois não diga que não lhe avisei.


Texto de Daniela Navaes
Retirado de http://respire.blog.br/5-motivos-para-nao-praticar-yoga/

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Bhagavad Gita

     O Bhagavad Gita é uma parte de um grande épico Hindu chamado Mahabharata e coloca em
destaque o diálogo entre duas personagens: Arjuna e Krishna. É um texto que trata da batalha de todos nós no nosso dia a dia, nossas diferenças a serem vencidas, nossos maus e bons hábitos coexistindo e tentando um equilíbrio, nossas dificuldades no "caminho" espiritual, e essa batalha é representada por Arjuna, o homem em evolução. E seu guia para vencer essa batalha é Krishna, que no meio da batalha ensina a Arjuna o YOGA.
     
     A cena onde acontece o Bhagavad Gita é um campo de batalha entre dois exércitos, sendo eles, em simbologia, os nossos bons e os nossos maus hábitos. Arjuna e seus irmãos são os Pandavas (virtudes, qualidades, bons hábitos) e lutam contra o exército dos Kauravas (maus hábitos, deméritos) liderado por seu primo Duryodhana.

     Arjuna se vê em frente de uma batalha contra sua própria família, se recusando então a lutar, e é aí que Krishna começa a explicação do YOGA, com base no Sanatana Dharma (Hinduismo), onde ele mostra que a Vida não morre, que somos a Vida que sustenta toda nossa existência, e que então Arjuna, como um guerreiro deve cumprir seu papel.

     Esta família que Arjuna hesita em matar no combate, nada mais são do que forças que existem dentro da própria natureza humana, e que devem ser mantidos sob controle.

    E à partir de então Krishna vai direcionando Arjuna nesta busca de evolução, passando por diversos aspectos materiais, mentais, emocionais e espirituais.

     A guerra de Kurukshetra (local da batalha) descreve a luta final da alma para se desvincilhar de Maya (ilusão). Esta guerra ilustra o combate que todo aspirante espiritual, cedo ou tarde, enfrentará.

     Este é um texto simples de ler, mas nem sempre simples de compreender. É aconselhável que seu estudo seja feito com quem já o estudou com seriedade.

     Fique também atento às traduções, pois dependendo da linha de YOGA do tradutor, pode ser tendenciosa à esta linha, seja crítico.

     Uma sugestão é o Bhagavad Gita da editora PENSAMENTO, que apenas traduz sem notas do autor.



Juliana Romera 



     


domingo, 12 de abril de 2015

Quais são as ações desse asana?

     Para os praticantes de Iyengar Yoga os alinhamentos são essenciais nos asanas, mas nem sempre sabemos quais ações fazer em cada asana. 
     Porém a resposta é simples, tirando algumas exceções, os alinhamentos de Tadasana (postura da montanha) permanecem inalterados.
     Seguem então algumas das ações que devemos realizar em Tadasana, e quanto mais destas ações você conseguir realizar sem tensão, mais você vai sentir a estabilidade desta postura.

1- Dedos dos pés afastados e Hasta Pada (contração da sola do pé)
2- Maléolos internos e grandes artelhos unidos.
3- Panturrilhas girando para fora
4- Patelas para cima
5- Coxas girando para dentro
6- Coxas anteriores na direção das coxas posteriores
7- Osso púbico para cima, pele dos glúteos para baixo
(as ações 5,6 e 7 fazem Mula Bandha - elevação do assoalho pélvico - e não contração do esfincter)
8- Esterno para frente e para cima (mas sem projetar as costelas para frente (isso fará você perder a ação do osso púbico para cima)
9- Ombros girando para trás e para baixo
10 - Escápulas de unem, se movem para baixo e para dentro do corpo
11- Bíceps girando para fora, antebraço para dentro
12- Braços fortemente estendidos, direcionando a ponta dos dedos para o chão 
13- Queixo paralelo ao chão
14- Cabeça levemente para trás, fazendo com que a parte posterior da cabeça se alinhe com a coluna

Existem mais ações, mas basicamente estas compõem o Tadasana.

     Mas como levar essas ações para um Trikonasana por exemplo? Você deve observar cada parte do seu corpo e ver se os alinhamentos de Tadasana estão presentes (claro que as articulações estarão em outras posições, mas os membros tendem a manter estes alinhamentos).
    Experimente, se ajuste, se alinhe, e você verá que as posturas tendem a ter menos esforço, menos tensão, mais leveza e firmeza.
  

"Pratique e tudo virá!"   (Pattabhi Jois)


Juliana Romera