domingo, 27 de março de 2016

A Páscoa na visão do Vedanta

Texto retirado de http://www.yogapleno.com.br/a-pascoa-na-visao-do-vedanta.html no dia 27/03/16

por Andrês De Nuccio, do Instituto Ísvara, de Campinas (SP)


Vedanta é uma tradição que vem preservando e transmitindo, de geração a geração, o conhecimento da real natureza daquela parte de nosso ser que chamamos de Eu.

Num sentido amplo, Vedanta é todo ensinamento que leve o estudante a uma apreciação correta de sua própria natureza.

A nossa cultura nos transmitiu conceitos a respeito do que somos, através de nossos pais, professores e adultos significativos na infância, e através da televisão, jornais, e demais mídias formadoras de opinião na vida adulta.

Ao longo da nossa vida, fomos construindo respostas para a pergunta básica e fundamental: “quem sou eu?”. E essas respostas nos levam a viver do modo como estamos vivendo.

Se o que aprendemos com os nossos pais, por exemplo, é que “eu sou responsável, inteligente e trabalhador”, certamente nossa vida será pautada por uma conduta muito diferente da que teríamos se nossos pais tivessem nos ensinado – com suas observações a nosso respeito – que “eu sou desleixado, burro e preguiçoso”.

De maneira semelhante, a mídia nos transmite o conceito de que somos pessoas inadequadas e infelizes, imperfeitas e inferiores… a não ser que compremos tal e tal produto!

E transmite essa idéia de maneira extremamente eficiente (ou deveria dizer maquiavélica), usando o conhecimento que existe sobre a mente humana de modo a tornar o seu apelo bem convincente a ponto de conseguir que, não apenas acreditemos que somos carentes, mas que também atuemos conforme essa crença, comprando o produto que nos tirará dessa carência, tornando-nos “plenos e felizes”.

Tudo em nossa vida está pautado em nossos conceitos a respeito do que somos. Seja que eu jogue basquete, navegue na Internet, cuide dos meus filhos ou colecione selos, sempre, necessariamente, esses comportamentos estarão baseados numa visão do que é necessário, do que é importante, do que precisa ser feito. E essa visão está totalmente fundamentada nos conceitos que eu tenho de mim mesmo.

O Vedanta questiona os conceitos que temos colhido ao longo da nossa vida a respeito de quem somos. Questiona se somos coisas passageiras como um corpo, sensações, emoções, pensamentos.

E o Vedanta chega a conclusões libertadoras, tais como “eu já sou a plenitude que busco”, e “eu já sou tudo que deveria ser!” Já pensou como a vida ganha em liberdade a partir dessa descoberta?

Jesus foi um grande mestre de Vedanta, mesmo que nunca tenha se chamado a si mesmo de vedantino. E Ele o era porque tinha uma total clareza a respeito de qual era a Sua verdadeira natureza. Ele tinha uma justa apreciação dos aspectos mutáveis e transitórios do Seu ser e daqueles permanentes e imutáveis.

Ele podia julgar o mundo com o olhar da Sabedoria, tão incompreensível para o homem espiritualmente ignorante. É por isso que, quase dando risada, Ele pode responder a um Pilatos embriagado de seu poder temporal: “Nenhum poder você teria se não te fosse dado pelo Altíssimo”.

Hoje, como sempre, o significado profundo das tradições espirituais se perde na superficialidade do cotidiano. E, assim, um momento maravilhoso de reflexão, de apreciação da possibilidade de uma dimensão de consciência mais ampla, capaz até de fazer com que a morte e o sofrimento percam a sua face apavorante, transforma-se numa tola corrida às lojas para comprar chocolates!

Lembro-me de uma poesia de Rimbaud em que ele convida à sua amada a viver intensamente, a soltar a sua luz, a elevar-se aos cumes do pensamento. No final, depois de ele ter feito, no decorrer de longos e belíssimos versos, as mais brilhantes propostas, é a vez de ela responder. E ela aceita? Não. Ela levanta uma objeção tola: “Sim, mas… e a minha escrivaninha?”.

O mestre indiano de Arnaud Desjardins, tendo ensinado Vedanta para vários franceses, conhecia esse apego tão comum em todos os ocidentais, que nos faz deixar de viver segundo a Verdade devido às pequenas objeções que, desde uma visão mais sábia, não passam de tolices, de brinquedos de pessoas imaturas. Uma vez, perguntado por um outro monge se já tinha aprendido a falar em francês, ele, bem-humorado, respondeu que falar francês era fácil, era apenas dizer “Oui, mais…” (sim, mas…).

Assim também, a tradição da Páscoa nos convida a renascer para um modo de vida novo e maravilhoso. E o que vamos responder? “Oui, mas… e a minha escrivaninha?????”.

Ou vamos ousar viver a nossa Luz?

Esta época de Páscoa nos dá a oportunidade de refletir sobre a maneira como pensamos a vida, sobre o modo como a estamos vivendo: a que damos valor? A que dedicamos a maior parte do nosso tempo, do nosso dinheiro, da nossa energia? A que nos apegamos sem abrir mão ou ceder um centímetro? Por que objetivo estamos dando a nossa vida?

A Páscoa nos convida à morte. À morte para um modo de vida baseado em conceitos e crenças mundanas, que não se sustentam quando confrontadas pela argumentação dos sábios. A Páscoa é um convite para abandonar o que, no nosso coração, sabemos que é preciso abandonar.

A Páscoa é um convite para ressuscitar da morte da ignorância espiritual, dos estúpidos valores consumistas que criam um destino individual de tensão e ansiedade e uma sociedade violenta e imoral.

A Páscoa diz: “Você pode crucificar o meu corpo transitório, mas não pode crucificar a Mim, que sou permanente. Você pode caluniar minha personalidade histórica, mas não pode caluniar minha Consciência imortal, que transcende qualquer definição verbal. Você, que vive alicerçado nas coisas que o mundo dá, pensa que está me tirando algo a Mim, que sou Onipresente!”

Que bela aula de Vedanta!

A Páscoa, enfim, na visão do Vedanta, é um momento para iniciar ou fortalecer o nosso compromisso com tudo que nos traz a visão dos Sábios, a visão crística: o estudo, a meditação, a verdade, a vivência da paz, o Yoga, o sorriso, o perdão…

Tomara que ela possa ser comemorada e compreendida.

domingo, 8 de novembro de 2015

Como chegar ao Dharma?

Muito se fala sobre seguir o Dharma, mas o que significa isso? Como sei qual é meu Dharma? O que é Dharma?

A palavra Dharma pode ter alguns significados, mas vamos entender o conceito. O Dharma tem dois tipos, um mais universal e um mais pessoal. Você ter nascido como ser humano, como um animal, como um objeto é o seu Dharma, o estado de ser humano, de ser um cachorro, de ser uma mesa, a este Dharma você não pode fugir, você terá que seguir as "leis" de ser humano. Todos os seres humanos são diferentes em alguns aspectos, mas todos respeitam este Dharma de ser humano, não importam as qualidades e características.

E outro tipo de Dharma é o seu papel no mundo, este é pessoal, é a sua contribuição, o que você veio realizar neste mundo. Para chegar melhor a esta definição vou explicar resumidamente o conceito dos Purusharthas, que são as fases da vida de homem.

O primeiro aspecto é KAMA, que são os prazeres e satisfações. Quando você é criança é tudo que você faz, buscar prazer. Brincar, comer e dormir, basicamente. Mas, para você ir para o segundo passo, que é ARTHA, segurança (material) você começa a deixar de lado algumas horas de KAMA para estudar, pensando no futuro, garantindo uma possível segurança. E assim sua vida é guiada nestes dois passos, você estuda, trabalha, ganha dinheiro, compra coisas que lhe trazem segurança, satisfaz alguns desejos, seus prazeres vão sendo saciados, e você vai vivendo nesta situação de trabalhar para ter segurança e prazeres.

A maior parte da humanidade para neste ponto, e passa a vida buscando MAIS segurança, mais dinheiro e tendo desejos cada vez maiores e infinitos, e fica preso neste círculo, querendo sempre mais, nunca se sentindo satisfeito.

Uma outra parte das pessoas começa a perceber que a felicidade que ela está sentindo falta não será satisfeita com ARTHA e KAMA, falta algo. Outra parte atinge um ponto de ARTHA e KAMA que aparentemente já está bom, já conquistei o que quero. Em ambos os casos a pessoa para de viver em busca destes dois aspectos, e assim, como sua mente muda um pouco o foco sobra espaço para pensar no terceiro passo, o DHARMA.

Neste ponto a pessoa começa a observar os valores, se tudo que ela está fazendo e conquistando está indo de acordo com os valores do ser humano, de honestidade, humildade, etc. Esta reflexão leva tempo, pois alguns ajustes deverão ser feitos, algumas mudanças de conduta, e nem sempre isso é fácil. Entra nesta reflexão também o fato de estar contribuindo ou não com a sociedade, o que eu faço eu faço corretamente? Eu faço e ajudo as pessoas? Ou eu só penso em mim, independente do que eu precise fazer para me realizar eu faço? Isso está correto? Etc... várias reflexões. 

Muitas vezes nessa fase a pessoa procura a espiritualidade, para ajudar a entender os valores, para preencher o vazio que ela sentia , a infelicidade inexplicada que ela sentia.
Poucos conseguem chegar a um fim nestas reflexões, mas quando você percebe que atingiu o ponto de ARTHA e KAMA em equilíbrio, e está fazendo isso de acordo com os valores do DHARMA, mais uma vez sobra espaço para você refletir, sua mente se torna calma, pois você está no caminho certo,  as coisas fluem naturalmente. E então chega o último passo, MOKSA, a libertação. Onde você sai deste círculo de reflexões, pois você já está no caminho, seus pensamentos já não te abalam mais, tudo que você vier a fazer será embasado pelo DHARMA, você não age mais fora dele.

Fica aqui a reflexão de achar em que fase você está, se você está preso em algum momento, e como fazer para libertar esse algo, este momento. Práticas de yoga ajudam você a ter uma mente mais calma e um discernimento maior para sofrer menos nestes momentos da vida, ter mais clareza de onde se quer chegar!!

"Pratique e tudo virá!"  (Sri Pattabhi Jois)


Juliana Romera

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

8 Leis Pouco Conhecidas Sobre o Karma (que irão mudar completamente sua vida)

1.Lei da Humildade
A lei de humildade afirma que você nunca vai mudar nada se recusar-se a aceitá-la. Se vemos a nossa oposição como um inimigo, então nós simplesmente não estamos focados em nosso nível mais elevado de existência e não faremos nenhum progresso significativo.


2.Lei da Criação
A lei da criação afirma que a vida não simplesmente acontece, mas exige a sua participação. Aquilo que nos rodeia dá-nos pistas para o nosso estado interior. Verdadeiramente, nós somos o universo.


3.Lei do Crescimento
A lei do crescimento afirma que, se você quer que seu espírito cresça, tem de mudar a si mesmo, não as pessoas e coisas ao nosso redor. O fertilizante para os nossos espíritos crescerem estão dentro de nós, não no exterior. Quando mudamos nossos corações, mudamos nossos mundos.


4. Lei da Responsabilidade
A lei de responsabilidade afirma que, se há algo de errado em sua vida, há algo realmente errado com você. O que nos rodeia nos reflete, e nós espelhamos o que está ao nosso redor. Então, no final, para mudar a si mesmo, você tem que mudar a si mesmo. Faz sentido, certo? Você tem que assumir a responsabilidade por si mesmo.


5. Lei da Conexão
A lei da conexão afirma que, mesmo que duas coisas pareçam não estarem conectadas, esse não é o caso. Tudo no universo está conectado. Passado, presente e futuro estão todos conectados.


6.Lei da Doação
A lei de doar diz que, na vida, quando você dá, você recebe. Se você acumula e é avarento em seu caminho através deste mundo, se você mantém seus braços cruzados e as portas trancadas, nunca realizará seus desejos. Se você quer um mundo aberto, livre e belo, você tem que fazê-lo assim.


7. Lei do Foco
A lei do foco afirma que você não pode pensar em duas coisas ao mesmo tempo. Na verdade, a ciência apoia isso, observando que você só pode pensar em uma coisa e meia ao mesmo tempo. Isto é o que nos permite conversar. Você está ouvindo o pensamento da pessoa, e, em seguida, a sua metade de pensamento é o que você pensa que essa pessoa está falando. Faz sentido gastar um pouco de tempo pensando antes de falar, não é?


8. Lei da Presença
A lei da presença afirma que apesar de ser importante olhar para o passado para entender estamos indo, é igualmente importante existirmos no presente e não estarmos muito preocupados com o futuro.



Traduzido de http://higherperspectives.com/laws-of-karma/

terça-feira, 20 de outubro de 2015

O que é Dharma?

Por Swami Dayananda Saraswati
(Palestra de Swami Dayananda proferida na Califórnia, USA, para a revista Mananam.)


A palavra dharma é derivada da raiz sânscrita dhr, que tem certo número de significados, sendo os principais "existir, viver, continuar" e "segurar, suportar, sustentar". A própria palavra dharma acabou sendo usada numa larga variedade de sentidos, a maioria relacionados com as traduções mais comuns: retidão, virtude, dever. Num sentido mais amplo, dharma refere-se à natureza ou caráter do que quer que seja. Nessa ordem de idéias, é possível falar do dharma de um objeto inanimado, ou de plantas e animais. O dharma, ou natureza, do fogo é proporcionar calor e luz. O dharma de uma vaca inclui dar leite e pastar. O dharma da vaca não inclui ficar à espreita e matar presas.

A natureza do ser humano, como ensina o Vedanta, é a plenitude absoluta. E é em relação ao indivíduo que não reconheceu sua própria plenitude que dharma pode ter diversas mudanças de significado.Todos os objetivos que alguém procura na vida cabem em quatro categorias: segurança, prazer, dharma e liberação. Os desejos de riqueza e segurança e de prazeres sensoriais são compartilhados por todos os seres vivos. Quando se trata de animais, a busca desses bens é governada pelo instinto. A vaca masca a grama por instinto, não por escolha.Toda ação envolve escolha de finalidades e meios para atingir um dado objetivo. Cada um pode agir em harmonia com sua natureza, em contato com outros indivíduos ou dentro da sociedade, ou pode não fazê-lo. Assim, para o ser humano, são valores que governam as ações ou a busca de segurança e prazer. Uma vez que valores são sujeitos a variações e mudanças, cada um deve ter um conjunto de linhas de conduta que governe seus valores. Esse conjunto - ética - é chamado dharma.

Dharma inclui tanto uma ética do bom senso, escolher minhas ações de maneira a não agredir os outros, como uma ética religiosa, que diz não me ser possível escapar dos resultados das minhas ações. Ações corretas ou incorretas levam a resultados conseqüentes, seja nesta vida ou depois dela. O quarto objetivo desejado - o que dá fim a todos os demais desejos e objetivos - é moksha, a liberação. 

Liberação e reconhecimento da própria natureza como plenitude e totalidade. A pessoa liberada, como um ser pleno, não tem mais desejos e sua vida só pode estar em harmonia com tudo que a cerca. É um exemplo vivo de dharma a ser seguido por todos. Até que se alcance essa plenitude, as leis do dharma se mantêm como linhas de ação que norteiam a vida. Vivendo uma vida reta e virtuosa, a pessoa prepara a mente para receber o ensinamento que lhe trará moksha.


Retirado em 07/09/15 de 
http://www.vidyamandir.org.br/#!texto-dayananda-/cgaa

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Padrões de Pensamento que Geram Estresse e Ansiedade

Potencialmente, o estresse é algo que ameaça a todos nós. Os diferentes acontecimentos e conflitos da vida podem estressar qualquer um. E se estes acontecimentos e conflitos forem acumulados, os problemas para a saúde mental podem ser significativos. A memória e as imagens dos acontecimentos marcam e evocam dor e sofrimento na vida das pessoas.

Mas, ainda que possam ser superadas, estas imagens evocadas podem produzir situações tensas que causam o estresse a ansiedade. Essas imagens são como gatilhos internos, inclusive na ausência de fatores reais de estresse.

É importante ser consciente das armadilhas nas quais podemos cair. Para isso, vamos ver as distorções cognitivas mais comuns que podem criar estresse. É preciso ter consciência dessas distorções para remodelar os modelos de pensamento que nos conduzem a eles.

Distorções cognitivas que causam estresse e a ansiedade

1 – O que você pensa não é, necessariamente, real

Tendemos a acreditar que alguns dos nossos pensamentos são reais pelo fato de que têm grande força, por terem sido aceitos por outros ou por os termos repetido muitas vezes. Mas, na realidade, os pensamentos são apenas pensamentos e não representam necessariamente uma realidade objetiva.

Há um elemento de inclinação subjetivo que começa a funcionar nessas situações, quando a pessoa distorce a realidade e se imagina em todo tipo de cenário relacionado ao evento. Dessa maneira, a percepção pode ser responsável pelos sentimentos de ansiedade e insegurança que a pessoa está vivendo. Portanto, é fundamental comprovar a realidade antes de tirar conclusões e fazer suposições sobre a situação.

2 – Juízo de valor sobre suposições subjetivas

Quando as pessoas começam a crer que todos os pensamentos são verdade, só porque se mostram assim em nossa imaginação, elas se encontram frente a pensamentos distorcidos. Essa forma irracional de pensamento aparece porque nós, seres humanos,tendemos a formar opiniões e fazer juízos de valor sobre as pessoas, situações e acontecimentos.

Mais uma vez, a inclinação subjetiva pode distorcer a realidade. Quando baseamos nossas opiniões somente naquilo que pensamos, podemos cair em armadilhas com esse tipo de distorção. Às vezes, pensamentos aleatórios cruzam nossa mente e plantam sementes irracionais nela.

3 – Nem todos os pensamentos são igualmente importantes

Quando nós começamos a crer que todos os pensamentos são igualmente importantes, podemos estar cometendo um erro. Alguns pensamentos somente representam nossa opinião, ou são resultado de nossa avaliação particular. Alguns deles podem até ser importantes, mas outros podem ser irrelevantes.

Porém, muitas vezes não diferenciamos os pensamentos importantes dos irrelevantes, e chegamos a uma conclusão que causa estresse. Temos que ser conscientes dos pensamentos que possam ser exagerados e generalizados.

4 – Pensamentos ameaçadores

Às vezes, imaginamos uma ameaça em cada situação e começamos a acreditar em cada pensamento que nos vem à mente. Nem todos os pensamentos são reais; alguns dos pensamentos sugerem ameaças desnecessárias. São estes os pensamentos disfuncionais.

Mas a pessoa que os recebe tende a acreditar neles e se sente ameaçada, além de se sentir estressada. Devemos ter muito cuidado com essa tendência e não podemos ceder a todos os pensamentos que surgem em nossa mente.

5 – Permanecer preso a um estilo de pensamento é estressante

Às vezes podemos ficar presos a um tipo de pensamento que envolva a permanência, a onipresença e a personalização.

Estas armadilhas podem causar um imenso estresse na pessoa que acredita que a situação vai durar eternamente (distorção de permanência)… Mas, na realidade, poucos fatores de estresse duram para sempre.

6 – Generalização dos estados de estresse

Quando uma pessoa tende a crer que os efeitos do estresse estão generalizados e vão afetar todos os aspectos de sua vida, está cometendo um erro na sua forma de pensar e precisa remodelar seu estilo de pensamento.

As pessoas pessimistas tendem a cometer esse erro de generalização e começam a pensar que o estresse que as afeta em determinada situação de sua vida, mais cedo ou mais tarde, acabará afetando tudo. Mas, na verdade, não é bem assim.
Controlar os pensamentos para lidar com o estresse

É possível lutar contra o estresse de maneira mais eficaz quando tratamos de lidar com ele mediante o controle dos nossos pensamentos, não cedendo a cada pensamento que vem à mente em relação a uma situação estressante.

Trabalhe para não distorcer suas conclusões e remodelar seus pensamentos a partir de padrões saudáveis e funcionais.

Retirado de http://amenteemaravilhosa.com/padroes-pensamento-provocam-estresse-ansiedade/

terça-feira, 6 de outubro de 2015

25 Coisas Para NÃO Fazer Antes de Morrer

A cada dia surge uma nova lista do que fazer antes de morrer. Filmes para assistir, lugares para conhecer, comidas para provar, músicas para transar, e por aí vai. Tanta gente dando tantas opções. 

Eu me sinto perdida neste mundo de coisas que devo fazer até o dia de partir para a melhor — será melhor mesmo? O pior de tudo, confesso, é a total falta de intimidade com essas listas, e a sensação de que vou bater as botas sem tem cumprido nem um terço dos tópicos. Pensando nisso, fiz uma pequena e resumida seleção do que NÃO fazer antes de morrer. Acredito, sinceramente, que são bem mais fáceis de cumprir. Bom, neste caso, descumprir. O mundo está tão permissivo e acessível, que resolvi partir para o lado da negação. Quem sabe funciona melhor assim? Espero que essa lista te ajude a entender que a vida não passa de uma enorme checklist!


1- Não viva de posse. Se preocupe em ser melhor, ao invés de ter mais.



2 - Partindo do princípio de que caixão não tem gaveta, não faz sentido economizar com você mesmo. Não guarde todas as suas moedas pensando no que virá depois. Se permita gastar com as suas vontades.



3 - Não viva de amanhã porque talvez ele nunca aconteça. Seja feliz hoje.



4 - Não aja de acordo com o que é melhor para o outro. Faça o que é melhor para você. Se priorize.



5 - Não se venda. Nunca. Em hipótese alguma.



6 - Se for para se arrepender, que seja por ter arriscado. Portanto, não se amedronte.



7 - Não troque uma amizade sólida por um romance passageiro. Quem nunca?



8 - Some pessoas à sua vida. Não descarte alguém quando não lhe for mais útil. A vida dá voltas. Um dia, precisam de você. No outro, é você quem precisa.



9 - Ajoelhe, mas não se curve tanto. Tenha humildade, mas não se desvalorize.



10 - Não entregue a sua vida nas mãos de ninguém. É você quem manda e comanda as suas ações, e portanto, o seu destino.



11- Não se desgaste tentando resolver problemas que ainda não aconteceram. É possível que nem aconteçam.



12 - Não dê o troco na mesma moeda. Seja superior. Ignore. A melhor resposta para o ódio é o silêncio.

13 - Não tente ser uma pessoa que você não é. Você não precisa agradar ninguém para ser aceito. Seja você mesmo e conquiste os outros pelas suas reais qualidades.

14 - Não guarde mágoas por muito tempo. Elas pesam mais de uma tonelada e te corroem por dentro. Quanto antes você se livrar do que te faz mal, mais rápido você se limpa, e se prepara para receber coisas boas.

15 - Não perca o seu tempo sofrendo por ciúmes. Lembre-se: ninguém pertence à ninguém, logo, ninguém perde ninguém.

16 - Relembrando o velho ditado: não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje. O tempo é precioso.

17 - Não precisa abraçar o mundo inteiro de uma só vez. Abrace pequenos mundos com a mesma intensidade.

18 - Não se prostitua - em amplo sentido. Se você não quer fazer, não faça. Se não quer ir, não vá.

19 - Ninguém passa por essa vida sem decepções amorosas. Então, não entregue os pontos. Amor é que nem biscoito: vai um, vem oito.

20 - Não faça nada sem tesão. Nada. Entendeu?

21- Errar é humano. Persistir no erro é ignorância. Se for para sofrer, que seja por diferentes motivos, e não por conta do mesmo equívoco.

22 - Perdoe, mas não esqueça.

23 - ‘Não se reprima’ não é só um refrão de uma música! Seja você mesmo, se assuma, se banque. Não permita que ninguém te castre.

24 - Não aceite nada em pedaços, nem metades. Todo mundo merece ser inteiro e receber por inteiro. O que é pouco, ou quase nada, de nada serve.

25 - E, por último, nunca perca a fé. A vida é surpreendente. No mesmo jeito que ela te dá rasteira, ela te carrega no colo.


Retirado de http://thesecret.tv.br/2015/10/25-coisas-para-nao-fazer-antes-de-morrer-2/

domingo, 27 de setembro de 2015

Qual é o sentido da Vida?

Perguntaram para Swami Dayananda Saraswati:
- Swamiji, qual é o sentido da vida?

Resposta:
- Se você toma a palavra "sentido" como sendo "objetivo", o sentido da vida, certamente, não pode ser a morte. Se a morte é o sentido da vida, então, evidentemente, não preciso nascer - o objetivo sendo a minha ausência. Se me encontrava ausente antes de nascer, não preciso nascer para não existir. Assim, não posso dizer que a morte seja o objetivo da vida.

Nem posso dizer que outra coisa mais do que a própria vida seja o objetivo da vida. Por consequinte, o seu sentido ou objetivo tem de ser encontrado dentro da própria vida. Eu diria que o objetivo da vida é apenas viver. A morte acontece, mas não é o objetivo da vida. E, desde que o sentido da vida é viver, a pergunta seguinte passa a ser "o que é viver?".

Não posso dizer que estou vivo quando não estou vivo para a realidade da vida. Não estar vivo para a realidade da vida é sonhar, viver uma vida de sonhos, falsa, o que significa não viver. Por essa razão, o sentido da existência deve ser viver uma vida verdadeira. Viver é o sentido. Viver implica em uma vida com significado; de apego à verdade, uma vida onde as realidades são confrontadas.

Estar vivo, então, é estar vivo quanto às realidades da vida, às realidades de minhas buscas e de minhas lutas. Quão desejáveis são os objetivos que procuro atingir? Até que ponto serão capazes de prover o que desejo? Será que me farão uma pessoa feliz e realizada? Para que eu possa estar vivo para essas realidades, os objetivos que busco devem ser examinados e entendidos apropriadamente.

Devo também considerar a pessoa que está lutando - eu. Quão válido é lutar? Lutar implica uma pessoa insatisfeita, uma pessoa insatisfeita consigo mesma. Quão válida é essa auto-insatisfação? Com o que eu não estou satisfeito? Estou insatisfeito com o meu físico? Com a capacidade intelectual de meus pais? Estou insatisfeito com a minha competência? Estou insatisfeito com a minha mente, minha capacidade de pensar, minha memória e minhas emoções? Com o que não estou satisfeito? Se existe uma auto-insatisfação, tudo isso deve ser examinado.

Se essas realidades não são examinadas e eu busco satisfação, a minha busca não tem sentido. Essas perguntas cruciais devem ser respondidas para que possamos encontrar o sentido da vida. Devo ter um domínio sobre essas realidades. E se eu não estou satisfeito comigo mesmo, se todos esses fatores, ou mesmo alguns deles, que me constituem, não são considerados satisfatórios, como posso remediar essa situação? Será que os vários objetivos que busco me ajudarão? Terei eu, até mesmo, algum objetivo capaz de alterar a situação?

Mesmo se estivermos insatisfeitos com o nosso corpo e sua aparência, ou com nossa mente, nós não despendemos todo o nosso tempo tentando mudá-los. Isso porque também aspiramos a muitos outros fins na vida, tais como poder ou dinheiro, fama, influência e controle. Podemos esperar a mudança de nosso corpo ou mente através de alguns desses objetivos? Eu penso que não. Até agora ninguém realizou tal coisa.

Suponha que você tente mudar seu corpo, como irá fazê-lo? E mesmo que consiga fazê-lo, por quanto tempo irá conservá-lo? Tais objetivos são sem sentido. Você não pode esperar mudar o seu corpo para sempre, porque ele tem suas intrínsecas limitações. Por consequinte, ninguém vai, satisfatoriamente, mudar o seu corpo.

O que significa mudar a mente? É com a mente que estou insatisfeito? O problema é que me encontro insatisfeito comigo mesmo, não com o corpo ou com a mente. Se eu sou o corpo e a mente, então não há uma maneira efetiva de mudá-los. E se eu sou muito mais do que o corpo e a mente e estou insatisfeito comigo mesmo, então devo examinar minuciosamente o que é esse ser.

Porque as realidades envolvem aquele que com elas lida - eu, devo, em primeiro lugar, ter um comando sobre a realidade que me diz respeito. Tudo o mais vem depois e tomará conta de si mesmo. Devemos também entender as realidades do mundo, mas o sentido da vida começa comigo. Não vejo nenhum outro sentido. Nascer como uma criança significa que meu corpo está incompleto, ainda não desenvolvido. Assim como um botão tem de florescer, o corpo de um bebê tem que se tornar adulto. Por essa razão, o sentido da vida pode ser apenas viver - crescer.

A vida continua, mas primeiramente, como um ser humano com um corpo de criança, tenho que fisicamente me tornar um adulto. E desde que tenho uma mente pensante, eu deveria presumivelmente ter uma certa disciplina para aprender - o que também é crescimento. Conseqüentemente o crescimento em si mesmo seria o sentido da vida.

Uma vez que eu tenha crescido fisicamente, sou considerado um adulto. Entretanto, há uma outra área de crescimento denominada crescimento interior, crescimento emocional ou crescimento moral, que está centrada em minha vontade. Este crescimento, também, é o sentido da vida. Tenho que crescer até atingir a minha realização. O sentido da vida, portanto, é tornar-se um ser humano pleno e completo.

Obviamente, maturidade implica na estima de nós mesmos e do mundo. Se nos sentimos perseguidos pelo mundo, esse senso de perseguição vem ou de nós mesmos ou do mundo externo. Se o mundo não me oprime mais do que a outrem qualquer e, ainda assim, me sinto perseguido, então eu deveria saber que o sentimento de perseguição vem de mim mesmo. 

Conquanto essa condição possa ser chamada de doença mental, eu a chamo de imaturidade emocional porque o problema é próprio de uma criança, ainda que a pessoa com o problema tenha um corpo de adulto e, até certo grau, uma mente adulta. As situações vividas por essas pessoas são, todas, condizentes com a fase adulta. Ela não é mais protegida por seus pais, nem é mais necessário este tipo de proteção. A pessoa, fisicamente, biologicamente, é um adulto. Pode já ter se casado, ser pai/mãe ou avô/avó. Mesmo assim a criança de seu interior ainda parece ter uma influência sobre a pessoa, governando seu comportamento e reações frente ao mundo. 

O que estou dizendo é que algo que aconteceu a essa pessoa, quando criança, não foi trabalhado. A percepção infantil é inevitável. O problema é comum a todos, não há exceções. Durante o seu desenvolvimento a criança descobre um ego. No segundo ano de sua vida, esse ego é absoluto. É por isso que o segundo ano de vida de uma criança é às vezes chamado como o "Terrível Dois" (em inglês, Terrible Two). No terceiro ano, porém, a criança descobre outros egos, algo que é também muito humilhante e submisso. 

Como criança, você constata que sua mãe tem seu próprio ego e seu pai, o dele. Todos à sua volta têm um ego e quando você vai para a escola, está cercado por nada mais que egos - cada um dos quais você considera bastante desconcertantes, pois você acaba de sair de um ego absoluto. Um ego absoluto é como o ego do Senhor. Partindo desse ego, você se encontra em um estado onde reconhece todos esses egos - sem ter nenhum dado para lidar com eles. 

A descoberta de todas essas mentes e idéias conflitantes é um estágio muito confuso de seu desenvolvimento. Existe também um natural temor. Você se sente ameaçado por todos que o rodeiam por serem todos tão grandes. Você se admira, como se admirou o jovem escolar em Village Schoolmaster, de Goldsmith, que tanto material pudesse sair da cabeça tão pequena do professor. Esse é exatamente o ponto de vista de uma criança quando se confronta com os gigantes do mundo, todos eles parecendo saber tanto. 

A criança não sabe que essas pessoas são igualmente confusas. Ela julga que todos são o máximo em tudo e os respeita a todos, ainda que eles, também, tenham de lidar com os seus próprios problemas da infância. Caso não os tenham trabalhado, carregam necessariamente dento de si uma criança. Um pai de uma criança carrega sua própria criança, o mesmo ocorrendo com a mãe da criança. Conseqüentemente, cada um é, ao mesmo tempo, uma criança e um adulto. Essa pessoa criança-adulta está presente em toda sociedade. 

Em tal sociedade, há naturalmente prováveis situações conflitantes e a criança tem que lidar com todas elas. Baseada nessas situações, ela aprende a confiar deveras no mundo ou, definitivamente, a não confiar. Uma criança que muito confia pode ser abusada por outro, ao passo que uma criança que não confia no mundo vai pensar: "O mundo está sempre lá fora para me pegar". Esta resposta conduz a problemas que os psicólogos chamam de distúrbios de caráter. 

Um problema comum é o sentimento de culpa. Uma criança cujos pais brigam todo o tempo pode pensar que é a responsável e sentir-se culpada. Tais conflitos criam uma baixa auto-estima e levam a uma espécie de neurose, um problema psicológico que todos, em certo grau, têm. Essa desordem continua pela vida afora, arruinando também a percepção do adulto. 

Quando você vai tratar dessa desordem? A menos que olhe para você mesmo, como irá lidar com isso? Eis aqui onde entra a maturidade emocional. Você pode resolver problemas de infância através do entendimento de todo o processo, reconhecendo tudo que aconteceu e observando o passado que foi enterrado. Você apenas aceita o que aconteceu antes, bom ou ruim. Tratar de problemas que existem, referentes ao passado, é ter uma certa maturidade. É um modo maduro de ver-se a si mesmo. 

Então, mais uma vez, você olha o mundo do mesmo modo. De fato, se você pode simplesmente aceitar seu próprio passado, então lhe será mais fácil aceitar também o mundo. O mundo pode apenas existir. O modo maduro de olhá-lo é não desejar o seu controle. Nem você pode controlá-lo. Se você quer controlar o mundo, mas é incapaz, você se sente controlado. Você pode agir no mundo, mas não pode ter sobre ele um controle absoluto. Um dos traços mais predominantes nas pessoas é este: a tentativa de controlar de várias formas o mundo. Isto é o que chamamos de imaturidade. Que controle você tem? Não tem nenhum; pode apenas acomodar as coisas, entender e fazer o que puder. Certos poderes podem lhe ter sido dados para fazer alguma coisa: compreender, organizar, reorganizar e reunir tudo. Todo mundo tem certos poderes, e com esses, você faz o melhor que pode. 

Aceitação não é meramente engolir tudo; é a aceitação de uma dada situação como ela é, fazendo o que é apropriado àquela situação. Assim, agir é ganhar uma maturidade que é a maioridade emocional. Esta maturidade pode ser estendida mais adiante, incluindo um modo maduro de entender os valores, com referência à nossa interação com o mundo. 

Começar a fazer perguntas tais como: "Por quê não tenho nenhum controle?", pode também conduzir a uma apreciação de Isvara, o Senhor. Não precisamos subordinar essa apreciação à maturidade, mas pode ser visto também dessa maneira; nessa aceitação de Isvara reside um outro aspecto de um modo de viver maduro. Aceito Isvara, o Senhor, porque não tenho nenhum controle. Quando não tenho nenhum controle, então aprecio Isvara. Pode haver, por essa razão, uma certa entrega com referência ao que aconteceu no passado e ao que acontecerá no futuro. E faço o que posso. Se há uma apreciação de Isvara, há uma ordem, há um sentido na vida. As coisas estão acontecendo e, por conseguinte, aceito o que vem para mim e faço o que é para ser feito. 

Eu questiono essa apreciação de Isvara sob o aspecto de Karma Yoga, o que pode ser considerado como uma vida religiosa, que é também parte do viver-se com maturidade, desde que, naturalmente, a religião seja apropriadamente entendida. Isvara é para ser entendido apropriadamente e, na medida que temos esse entendimento, está a nossa maturidade. 

Maturidade emocional implica em um entendimento das estruturas dos valores e prioridades. Nossas prioridades devem ficar muito claras em referência aos valores. Há valores universais e há outros determinados valores, tais como um valor pelo dinheiro, pelo poder, nome, influência ou controle, que são valores mas não são, necessariamente, universais. 

Uma pessoa pode ser feliz sem dinheiro, por exemplo, ao passo que valores como falar a verdade e não ferir os outros são valores universais. Há uma série de outros valores universais, como não roubar, compaixão, amizade e servir ao próximo. Estes são, todos, valores que respeitamos com referência ao comportamento dos outros. 

Quero que todos sejam amistosos comigo, não representando nenhuma ameaça para mim, ajudando-me quando necessário e dizendo-me somente a verdade. Quero que ninguém me roube ou minta para mim. Tudo isso eu valorizo, significando que sou limpo de caráter, absolutamente ético no que diz respeito ao comportamento das outras pessoas. Nisso sou absoluto. (Entretanto, quanto ao meu próprio comportamento, tenho alguns problemas). Sei que você também espera de mim o mesmo procedimento. Isto significa que tenho valores, ainda que eles possam não ser propriamente entendidos. 

O valor dos valores geralmente não é entendido. Os valores são conhecidos por mim. Sei o que são, mas o valor de cada um dos valores não foi assimilado. No que se refere ao valor dos valores, preciso ser educado. Ou eu mesmo me educo, ou torno-me educado com a ajuda de alguém. 

Se alguém lhe diz para falar a verdade, a coisa torna-se bem semelhante a um sermão. Você sabe bem que deveria falar a verdade. Do mesmo modo ninguém precisa dizer-lhe que não roube. Isto você também sabe muito bem.

Não é necessário que ninguém lhe diga para não roubar, porque você também não deseja que a sua propriedade seja roubada por ninguém. Dessa forma, todos esses valores universais são conhecidos por você. O pregador de valores é portanto imaturo e aquele que o escuta, acenando afirmativamente sua cabeça, naturalmente, também o é. 

Por quê eu não deveria roubar? Qual é o exato valor do não-furtar? Quando roubo ou firo alguém, como sou realmente afetado? Perco alguma coisa? Somente se eu tiver algo a perder, existirá um valor, caso contrário, não.

Para que alguma coisa seja um valor, a sua não observância por mim deve, irrevogavelmente, me conduzir a uma perda. A compreensão da imensidade de minha perda, quando me coloco contra um valor, é que me torna maduro. 

Na medida em que aprecio a minha perda, me torno maduro, o que implica educação. Tenho de conhecer o valor dos valores acidentais, como dinheiro, poder, etc. Por estarem estes outros valores muito bem assimilados, terei problemas de prioridade em termos de quais valores a serem seguidos por mim. 

Por exemplo, devo falar a verdade e perder o dinheiro que ganharia recorrendo a uma mentira? Ou devo, para ter o dinheiro, lançar mão da mentira? Obviamente, tenho um conflito a respeito de como agir e, sem dúvida alguma, farei aquilo que para mim for de maior valor. Se para mim o dinheiro representar mais do que a verdade, então a educação do valor não ocorreu. 

Se analisarmos esse problema prioritário particular, encontraremos novamente uma falta de maturidade. Em termos de valores e gerenciamento emocional, existe imaturidade. No que você começa a lidar com esse problema, ocorre um amadurecimento, uma tentativa de amadurecer. De outra forma, você permanece imaturo, ainda que atinja os noventa ou cem anos.



Retirado de http://www.vidyamandir.org.br/#!texto-dayananda-3/cfdi