terça-feira, 28 de junho de 2016

Máscaras x Felicidade

"Viva para agradar outros... todos ficarão contente, menos você"

Esta é uma frase que todos nós nos identificamos, pois todos nós temos máscaras e papéis no nosso dia a dia.

Nossos papéis são inevitáveis para o convívio, é o papel de mãe, pai, filho, funcionário, etc... são nossas funções enquanto pessoa, e são imprescindíveis para uma vida em sociedade.

Agora as máscaras.. essas nós criamos para nos proteger. Criamos um personagem para cada pessoa, ou grupo de pessoas, com a nossa ideia do que elas esperem que nós sejamos, e assim vamos criando máscaras e máscaras, até que começamos a me perder nelas, e quando nos perguntam: Quem é você? a gente não sabe responder... ou respondemos com base nos papeis: sou professor, sou pai, sou aposentado, etc...

O segredo das boas relações é demonstrar exatamente quem somos, pois assim podemos ser sempre nós mesmos, e não um personagem, e isso facilita a NOSSA vida, nos deixa livres para ter opiniões, livres para ter questionamentos, livres para dizer sim ou não...

Pense na energia que somos obrigados a usar para manter estas máscaras, com medo que descubram quem somos, que descubram nossas fraquezas, nossas verdadeiras ideais... é muita energia desperdiçada sem necessidade. E nas relações, demonstrar fraquezas e necessidades é o grande segredo, ninguém quer conviver com alguém que não precisa de nada nem ninguém (e criamos esta máscara de independentes e bem resolvidos). A pessoa quer ter um papel na sua vida, te ajudar, suprir suas necessidades, assim como ter as dela realizadas também.

Como no exemplo do Super Homem, ninguém quer conviver com o Super Homem, para ele tudo dá certo, ele não tem ponto fraco, ele sempre resolve tudo... até aparecer a kriptonita, e à partir de então, ele começa a se relacionar com a Lois Lane, ela tem uma função na vida dele. Nós também precisamos expor a nossa Kriptonita, e não camuflá-la de alguma maneira.

Pense sobre isso, pense sobre as suas máscaras, vá retirando elas aos poucos e, principalmente, pare de criá-las. Mostre a pessoa que você é, e conviva com as pessoas que tenham interesse nessa pessoa verdadeira.

A felicidade é a nossa verdadeira natureza!!

नमस्ते Namaste

Juliana Romera







domingo, 26 de junho de 2016

O que é Yoga?

Conhecido por sua seriedade no estudo do YOGA, neste vídeo o Prof. Osnir Cugenotta trás uma pequena explicação sobre o que caracteriza uma prática de Yoga.



Sobre Osnir Cugenotta (Om Prakash): nascido em 27 de março de 1963 e teve seu primeiro contato com o Yoga em 1968 por influência de seus pais. Desde então, esteve sempre ligado à sua prática e filosofia. No final dos anos 70, aprofundou-se ainda mais no estudo da filosofia Hindu no Ramakrishna Vedanta Ashram e nos estudos e práticas do Hatha Yoga. Estudou Sânscrito, Vedanta, Samkhya, Yoga, Mantra, Meditação, Alimentação e Massagem Ayurvedica e tudo mais sobre a Índia e suas tradições. Aqui no Brasil, formou-se professor pelo Centro de Estudos de Yoga Narayana em 1987. Em 1990 teve seu primeiro contato com o Iyengar Yoga sendo aluno de Chistian Pisano, aluno graduado em Iyengar Yoga. Em 1993 viajou pela primeira vez à Índia onde teve contato direto com o berço do Yoga, aperfeiçoando ainda mais sua prática e filosofia. No mesmo ano recebeu sua primeira iniciação em Kriya Yoga.

Veja mais vídeos em www.yogasampradaya.com




sábado, 18 de junho de 2016

Bagunça x Paz

É muito comum no Yoga ouvir a expressão "o exterior reflete o seu interior", e isso já é comprovado pela ciência.

Pessoas que vivem em meio à bagunça e desorganização, tendem a ter mentes mais confusas e bagunçadas também, e quando um se organiza, o outro também se ajusta.Se você vive estressado, dê uma olhada em sua casa. Ela vive bagunçada? Então, tá explicado. Especialistas explicam que viver em meio à desorganização gera perda de tempo e, por consequência, estresse. Ou seja, sua qualidade de vida vai por água abaixo.

Logo, pensando assim, temos duas opções: alinhar a mente ou arrumar a bagunça ao nosso redor.

Para alinhar a mente o Yoga oferece várias técnicas de relaxamentos, técnicas para meditação, e outros... mas convenhamos que se a mente está extremamente agitada sentar e respirar por 5 minutos é quase uma tarefa impossível, que talvez me deixe até mais irritado.

Comece então pelo mais denso, que é arrumar a bagunça ao seu redor. Arrume seu quarto, arrume seu local de trabalho, limpe seu carro, etc. Desapegue-se do que você não precisa mais, o apego aos bens materiais gera apego aos pensamentos, gera vícios, engorda, e muito mais.

Muitas vezes damos valor à coisas inúteis. Guardamos pilhas de revistas achando que um dia precisaremos ler algo que está nela (e pode ter certeza que 99,9999% das vezes você nunca mais a usa), 20 jaquetas sendo que só uso/gosto de 3 ou 4, mas a mente sempre fica nos pregando peças como "mas e se eu precisar, se eu emagrecer uso essa, se eu for viajar uso essa, se isso.. se aquilo.." e passam 5-10 anos e a jaqueta continua lá... intacta! e isso podemos levar para muitas coisas, cada um de nós tem "apegos" camuflados de "possíveis necessidades", saiba reconhecê-los.

Faça uma faxina material e você sentirá imediatamente a faxina mental. No Feng Shui eles dizem que guardar/acumular coisas faz a energia estagnar, ao se livrar de coisas desnecessárias a energia flui, e sua vida flui.

Faça o teste!!

Tire um dia para o desapego, tenho certeza que você não sentirá falta de NADA que tirou da sua casa! Doe suas roupas, cobertores, utensílios, papeis, livros, revistas, cds, etc e você vai se sentir leve e feliz, além de fazer muitas pessoas felizes também!

Depois dessa faxina você passa para a faxina mental, onde o Yoga irá te ajudar, te oferecer as ferramentas, e a sua vida se tornará muito mais clara e organizada!

Namaste

Juliana Romera

sábado, 11 de junho de 2016

Yoga Faz Bem Para A Sua Coluna

Professores de Iyengar Yoga no Reino Unido foram envolvidos na maior pesquisa sobre os benefícios do Yoga. Resultados publicados recentemente ajudam a provar que o Yoga é um tratamento eficaz e seguro para dores lombares não específicas.

Yoga pode fornecer um tratamento mais eficaz para a dores lombares do que os métodos mais convencionais, de acordo com o maior estudo já feito sobre os benefícios do Yoga no Reino Unido. A Pesquisa da Universidade de York, financiado pela Arthritis Research UK, descobriu que as pessoas que praticaram um programa de Yoga de 12 semanas especialmente desenhado, sentiram melhorias na função das coluna e mais confiança na realização de tarefas cotidianas do que sobre tratamentos convencionais.

Investigação incidiu sobre a capacidade das pessoas para realizar atividades sem que as dores as limitem , medido pelo Roland Morris Disability Questionnaire. Apesar de melhorias na função da coluna foram mais pronunciadas em três meses, os pesquisadores descobriram que ainda havia uma melhora na capacidade das pessoas de realizar tarefas como caminhar mais rapidamente, vestir-se sem ajuda ou ficar em pé por longos períodos de tempo até nove meses após as aulas terem acabado .

O estudo envolveu dois grupos de pessoas que estavam ambos recebendo atendimento médico para dores crônicas na lombar. Um grupo de 157 pessoas fizeram parte do programa de Yoga especialmente criado para melhorar a função das costas, enquanto um segundo grupo de 157 pessoas foram oferecidos cuidados convencionais. Dores nas costas é uma condição episódica comum em 80 por cento da população do Reino Unido e podemos concluir também que uma grande percentagem no Brasil sofrem com isso em algum momento de suas vidas. Estima-se que cerca de 4,9 milhões de dias de trabalho por ano são perdidos devido a dores nas costas.

No entanto, poucos tratamentos eficazes baseados em evidências existem. Participantes dos testes completaram um questionário aos três, seis e 12 meses a partir do início do programa. Em média, os membros do grupo de Yoga foram capazes de realizar 30 por cento mais atividades em comparação com os do grupo de cuidados habituais depois de três meses, uma diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos que foram reconhecidos como clinicamente importante. O estudo mostrou que havia mais redução da dor no grupo de Yoga que o grupo de cuidados habituais, mas de significância estatística marginal.

O programa de 12 semanas do grupo de Yoga pode melhorar as funções das costas mais que exercícios e manipulações, tratamento cognitivo-comportamental e seis sessões de 1-a-1 técnica Alexander, mas não tanto como 24 sessões de 1-a-1 da técnica Alexander. Yoga participantes foram pesquisados ​​nove meses após as aulas acabarem mais da metade das pessoas que responderam ainda estavam praticando regularmente Yoga, principalmente em casa, duas vezes por semana.

Se você sofre dores nas costas , consulte seu médico; sempre trabalhe sob a orientação de um médico para gerir a sua condição.

Dê uma olhada nos livros da Bandha Yoga em português na página da Traço Editora para aprender mais como combinar a ciência ocidental com a arte do Yoga…


Namasté

Traço Editora e Bandha Yoga

Retirado em 11/06/16 de http://boayoga.com.br/yoga-faz-bem-para-a-sua-coluna-boa-yoga/

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Existência e Não-Existência

Texto de www.vedantaonline.org
nāsato vidyate bhāvo nābhāvo vidyate sataḥ ।

ubhayorapi dṛṣṭo’ntastvanayostattvadarśibhiḥ ॥ 2 – 16 ॥

Este verso de ensinamento de Krishna para Arjuna, presente na Bhagavad-Gita, é a prova final de que ler Vedanta sem a explicação de uma tradição de ensino é tão produtivo quanto enxugar gelo. É uma perda de tempo frustrante.

E isso não se deve ao fato de que o verso está em sânscrito. Mesmo em português ele é ininteligível. Parece que foi Shankaracharya, se não me falha a memória, que disse que uma pessoa não deve ousar estudar Vedanta sozinho, mesmo que seja um grande gramático.

Vejamos porque isso é de fato verdade. A primeira linha do verso diz, em português: “Para o que não existe (asataḥ) não há (na vidyate) existência (bhāvaḥ), e para o que existe (sataḥ) não há (na vidyate) não-existência (abhāvaḥ)”. Trocando em miúdos: o que não existe não existe, e o que existe existe!

Em lógica, isso é chamado de tautologia, uma redundância que nada diz. Como você iria entender alguma coisa nova sobre esse verso simplesmente lendo-o? Nada, absolutamente Podem até acusá-lo de ser bobo, infantil. Todos sabemos que o que existe existe e o que não existe não existe.

Acontece que Krishna está ensinando algo muito importante nesta passagem, praticamente tudo o que há para ser entendido sobre Vedanta. Ele está falando sobre satyam e mithya.

Satyam, verdade, significa aquilo que sempre é, existindo por si mesmo e independente de qualquer outra coisa para ser. Mithya, ao contrário, é o falso, aquilo que existe apenas momentaneamente e, mesmo nessa efêmera existência, deve sua existência a alguma outra coisa que lhe empresta, digamos assim, o ser.

O exemplo clássico para entendermos isso é o pote de barro. O pote é mithya: foi criado num dado instante do tempo a partir do barro, irá certamente se desintegrar com o passar do tempo “voltando” a ser barro e, mesmo enquanto está existindo, exposto na feira hippie do barro, sua existência é somente a existência do barro: o peso do pote é o peso do barro. A cor do pote é a cor do barro. A textura do pote é a textura do barro, e assim por diante. Nada pertence realmente ao pote. Ele é só uma existência aparente, um nome; um conceito para o qual não existe nada de substancial associado.

O barro, por sua vez, existia antes do pote ser criado, existe durante a permanência do pote, e continuará sendo o mesmíssimo barro depois que o pote quebrar. O barro, com relação ao pote, é satyam.

Krishna diz a aparente tautologia que “para o que não existe não há existência” porque nós, ignorantes em termos de realidades, achamos que o pote ou qualquer outra coisa que vemos existe, tem realidade. Isso é errado, porque o pote que dizemos existir nunca possuiu de fato existência alguma: o que existiu foi sempre e somente o barro. Atribuir existência ao pote é um erro ontológico, um erro de visão da realidade.

Curiosamente, entretanto, como a fala expressa nosso entendimento, falamos de forma invertida, dando a entender que o pote é uma substância e o barro, a verdadeira substância, é um atributo do pote substancial. Dizemos “pote de barro” quando, na verdade, se fôssemos ser ontologicamente rigorosos, deveríamos dizer “barro de pote”, ou qualquer coisa assim.

Mas, afinal, por que Krishna está falando essas coisas, logo no começo da Gita? Porque Arjuna não queria lutar, dizendo que iria matar, que iria morrer. Ele não queria cometer essa ação terrível. Krishna, portanto, está lhe explicando: “Ei, Arjuna, me escute: aquilo que morre já não possui existência alguma, já está “morto”. E, quanto ao que realmente existe, não se preocupe: você não será capaz de matá-lo nem mesmo com as suas infinitas flechas encantadas com o poder de terríveis mantras. Por isso, vá lá e lute, cumpra o seu dever e pare de imaginar coisas!”

A segunda parte da fala de Krishna diz: “E para o que existe (sataḥ) não há (na vidyate) não existência (abhāvaḥ)”. Se algo pode deixar de existir no futuro, isso significa que ele não existe mesmo agora, como o pote. O que existe, existe sempre, nos três períodos de tempo i.e., passado, presente e futuro. “Nunca houve um tempo em que nós e todos estes reis aqui presentes não existiram, Arjuna. E nunca haverá um tempo em que eles não existirão” – diz Krishna, a certa altura, para inspirar o seu aluno guerreiro.

É claro que Krishna não está falando, na passagem citada, do corpo, que está destinado à morte certa assim que nasce. Para o corpo, que não existe, nunca há existência. Krishna está apontando para a natureza do indivíduo, aquilo que nunca se modificou e é o responsável pela própria identidade de uma pessoa, pela sua noção inalterada e sempre presente de “eu”.

Quando você se reconhece em uma foto antiga, de 20 anos atrás, quando era uma criancinha gorducha e feliz, você diz: “Ah, como eu era bonitinho. Tenho saudade daquela época”. Obviamente, para se identificar com aquele corpo de criança completamente diferente do corpo que você tem agora, existe algo que não mudou durante a mudança completa do corpo durante as décadas. Esse eu – que nunca desaparece e que é a testemunha imutável de todas as modificações – esse eu não pode matar, porque é mais sutil do que tudo. “O fogo não pode queimá-lo, nem o ar secá-lo, nem a água molhá-lo” (2-23) – diz Krishna, porque a consciência, natureza do eu, permanece sempre intocada, sendo a base real da qual tudo deriva existência, assim como o barro é a base real da qual o pote deriva seu suposto ser, de modo que o pote – por mais que quisesse do fundo do seu coração e contasse com a ajuda total e irrestrita de todo o panteão de Deuses hindus e não hindus – não pode tocar o barro ou ameaça-lo sob nenhuma hipótese. Tal é a independência do sujeito com relação a tudo que “existe”. Tal é a sua liberdade e a sua grandeza.

Portanto, tendo essa visão da realidade, logo no primeiro verso de ensinamento Krishna estabelece o postulado que provará de trás pra frente e de frente pra trás, durante toda sua fala, até o final da Gita: “ashocyan anvashocastvam – você sofre por aquilo que não merece sofrimento, Arjuna” (2-11), porque quem conhece sabe: “Quando o corpo morre, o eu não morre (2-20)”. Nada morre ou deixa de existir. O que existe, existe, e não deixará de existir, e o que não existe, não existe, e nunca virá a existir. Qual é, então, o problema? Apenas lute!


Retirado em 27/04/16 de https://www.vedantaonline.org/existencia-e-nao-existencia/